O meu bebé
mibblogo

Gravidez de gémeos: complicações e desconfortos mais comuns

27 outubro 2019
Gravidez gemelar

No caso de uma gravidez de gémeos, os sintomas, especialmente nos primeiros meses, serão mais intensos do que numa gravidez normal, embora também se possam intensificar outros transtornos. Se espera gémeos, este artigo é para si!

Quando a futura mamã espera gémeos, os sintomas e desconfortos que sente durante a gravidez costumam ser diferente dos das outras mamãs que esperam apenas um bebé. Numa gravidez de gémeos, durante os primeiros meses de gravidez, a mãe, por exemplo, pode notar que os primeiros sintomas de gravidez se manifestam com maior frequência em relação a outras gravidezes.

Além das indisposições típicas do primeiro trimestre de gravidez (tais como náuseas, enjoos, sonolência, mudanças de humor, entre outros), no caso de uma gravidez gemelar alguns transtornos também se intensificam devido, principalmente, a diferentes razões, que em seguida enumeramos.

(Também lhe interessa: Enjoos durante a gravidez: causas e tratamentos eficazes)

Em primeiro lugar, há que distinguir uma gravidez gemelar idêntica de uma gravidez de gémeos não idênticos.

Os gémeos idênticos (monozigóticos) são aqueles que se desenvolvem a partir de um único óvulo, fecundado por um único espermatozoide. Nas primeiras divisões celulares, o óvulo fecundado divide-se em duas partes idênticas, que darão origem a dois bebés exatamente iguais. Estão na mesma bolsa de líquido amniótico, são alimentados pela mesma placenta, têm as mesmas características hereditárias e são do mesmo sexo.

Os gémeos não idênticos (dizigóticos) são os que se desenvolvem a partir de duas células fecundadas por dois espermatozoides diferentes. Existem duas bolsas amnióticas e duas placentas diferentes. Também as suas características são distintas, bem como o sexo, tal como nos irmãos normais.

Probabilidade de ter gémeos

A classificação do nascimento de gémeos é liderada pelos africanos, com 4% do total de recém-nascidos. A etnia dos Yoruba ostenta o primeiro lugar, com um nascimento de gémeos a cada 21 partos: tudo indica que um tubérculo, do qual se alimenta este povo, contém uma substância que estimula a dupla ovulação.

Os asiáticos têm uma média mais baixa, apenas 0,6%, enquanto a dos europeus e americanos se situa em cerca de 1%.

A possibilidade de gerar gémeos monozigóticos (nascidos do mesmo óvulo) é constante ao longo do período fecundo da mulher. Pelo contrário, a incidência de gémeos dizigóticos (nascidos de dois óvulos distintos) é influenciada pela idade da mãe e por fatores ambientais.

A perceção generalizada de que hoje em dia nascem mais gémeos deve-se ao aumento das gestações múltiplas, causadas por tratamentos contra a esterilidade. Ao administrar hormonas, a probabilidade de uma dupla ovulação aumenta. Quando se opta pela fecundação in vitro, são implantados no útero vários óvulos, de forma a assegurar que pelo menos um consiga atingir o objetivo.

Gravidez de gémeos

Em média, a gravidez gemelar dura menos tempo que a gravidez de um só bebé, porque os dois fetos, à medida que crescem, vão esgotando mais rapidamente o espaço disponível e a placenta pode envelhecer mais precocemente.

Este tipo de gravidez requer os mesmos exames e análises que a gravidez de um só bebé, apenas com mais algumas ecografias que as três aconselhadas para a gravidez “singular”.

Na gravidez de gémeos, a alimentação da mãe desempenha um papel fundamental. A mãe deve aumentar a ingestão de calorias em cerca de 300 por dia, porém de forma saudável.

  • Deve aumentar o consumo de frutas e verduras.
  • É também necessário um aumento do consumo de proteínas, indispensáveis para o desenvolvimento dos fetos: carnes brancas, peixe (os azuis são ideais pelo alto teor de ómega 3), ovos e legumes.
  • A necessidade de ferro também cresce, já que o organismo da futura mãe terá de usar as suas próprias reservas para que o sangue com oxigénio chegue devidamente aos fetos.
  • O ácido fólico é também fundamental, principalmente nos três primeiros meses de gravidez: espinafres e outros legumes de folha verde, cereais integrais, e peixes ricos em ómega 3 (salmão, cavala, sardinhas, etc.)

(Também lhe interessa: Ácido fólico na gravidez)

  • O cálcio é outro mineral imprescindível na gravidez, porém não o é mais no caso de uma gravidez de gémeos.

Desconfortos na gravidez de gémeos

No caso de gravidez de gémeos, os transtornos típicos da gravidez costumam intensificar-se devido aos seguintes motivos:

  • A compressão do útero, que aumenta mais rapidamente de volume e determina o estímulo de urinar.
  • A dificuldade para respirar causada pelo aumento de peso e pelo rápido aumento do volume do útero, com as consequentes dificuldades de movimento do diafragma.

(Também lhe interessa: Quanto peso pode aumentar na gravidez)

  • O peso que a futura mamã aumenta numa gravidez de gémeos é superior ao de uma gravidez única. Por isso, o aparecimento de varizes e pernas inchadas e cansadas durante a gravidez está muito mais acentuada numa gravidez gemelar.
  • A pré-eclâmpsia, ou seja, a subida de tensão na gravidez ou hipertensão, é mais frequente do que nas gravidezes habituais (manifesta-se através de uma elevação da pressão sanguínea, inchaço em todo o corpo e perda da albumina através da urina), que, no caso de se descobrir, deve manter-se sob um estrito controlo médico.

(Também lhe interessa: Tensão alta na gravidez: causas, sintomas e soluções)

Como lidar com os gémeos

A ligação entre os gémeos é um elemento indispensável para o seu crescimento. Quando são muito pequenos, precisam de estar juntos, uma vez que compartilharam um espaço apertado durante meses. Deste modo, há que mantê-los no mesmo berço ao lado da mãe, sem os separar, a menos que haja algum motivo médico.

Contudo, uma relação tão exclusiva e duradoura, sobretudo se se trata de gémeos homozigóticos, pode comprometer a individualidade de cada um dos bebés. Por isso, há que evitar determinadas atitudes que apenas servem para reforçar a ideia de que os gémeos são uma unidade inseparável. Por exemplo:

  • Há que evitar dar-lhes nomes demasiado parecidos e deve dirigir-se a eles individualmente, usando a forma “tu” e não “vocês”, chamando-os pelo seu nome próprio e evitando referir-se a eles com o termo genérico “os gémeos”. Para os tornar reconhecíveis diante dos outros, pode bordar-lhes as suas iniciais na roupa, ou também alertar os amigos para algum traço particular ou característica que os distinga.

(Também lhe interessa: Nomes de bebés)

  • Deve evitar tecer considerações ou fazer comentários quanto à sua semelhança, quando estão presentes, bem como utilizá-los para surpreender amigos e estranhos.
  • Há que valorizar as diferenças de carácter de cada um dos gémeos, para evitar encaixá-los em papéis preestabelecidos: o mais novo e o mais velho, o maior e o mais pequeno, o extrovertido e o tímido.
  • Há que escolher-lhes prendas diferentes, para tentar reforçar os gostos naturais de cada um.
  • No entanto, neste esforço para a diversificação e autonomia das crianças, não deve pôr de lado todas as possíveis experiências em comum, para não quebrar o delicado vínculo que une os gémeos e para evitar que se agrave a ansiedade da separação, que afeta a todos os gémeos nos primeiros anos de vida. De vez em quando, é preciso deixá-los brincar ou vestir-se de igual, e permitir que façam as mesmas coisas.

Já teve uma gravidez de gémeos? Quais os desconfortos ou transtornos que mais a afetaram? Adorávamos saber a sua opinião!

 

DIRETORA EDITORIAL EM O MEU BEBÉ. Especialista em temas de gravidez, p(m)aternidade, bebés e crianças, e coordenadora da nossa Agenda de Crescimento

Também lhe interessa…