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A pirâmide alimentar: o que é e como interpretar

A alimentação é fundamental para o desenvolvimento e crescimento das crianças dado que comer bem não afeta apenas o crescimento físico da criança, como também influencia o seu desenvolvimento emocional e intelectual. A expressão “somos o que comemos” não poderia ser mais acertada. Apresentamos-te a pirâmide da alimentação saudável.
Uma alimentação adequada influencia diretamente o estado de saúde da criança, bem como a sua capacidade para comunicar, pensar, socializar, aprender o seu rendimento em geral.
Por este motivo, é muito importante ter em conta a informação que nos dá a “pirâmide alimentar”, um esquema gráfico em forma de pirâmide na qual podemos encontrar os alimentos e as quantidades que devemos incluir na nossa dieta para ter uma vida equilibrada e saudável.~
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Como interpretar a pirâmide alimentar?
- No primeiro patamar, começando por baixo, encontramos os cereais e os hidratos de carbono, tais como as batatas, o arroz, pão, fécula a bananas. Deveremos consumir entre quatro e seis porções diárias destes alimentos.
- No segundo patamar sobressai a importância das frutas, vegetais e azeite. Aconselha-se a comer entre seis e nove porções diárias no total. No mínimo, 5 por dia.
- No terceiro patamar observamos a importância da carne, do peixe, dos ovos, dos legumes e dos laticínios. Recomenda-se a ingestão de três porções por semana, não por dia, dos alimentos proteicos e entre três e cinco porções dos segundos.
- Por fim, no topo da pirâmide, estão situados os alimentos que deveremos consumir apenas de vez em quando dado que são mais calóricos e gordos. Estes são os doces, chocolates, frutos secos e enchidos. Não se recomenda o consumo de mais de duas porções semanais.
Considerações sobre a pirâmide alimentar
Quando se tem de avaliar a composição da pirâmide alimentar, e quais as categorias que têm mais peso do que as outras em termos de saúde, devemos ter em conta diferentes fatores, que passamos a analisar.
Hidratos de carbono, a base
Os carboidratos constituem a base da pirâmide porque, precisamente, nos dão a energia diária de que necessitamos em forma de açúcares. Estes açúcares devem proceder, principalmente, dos cereais integrais, cujo consumo é muito mais recomendável do que as farinhas e açúcares refinados.
Os cereais integrais libertam a energia mais lentamente e de forma mais prolongada ao longo do dia, de modo que evitam os picos de glicémia provocados pelos açúcares refinados que, por seu lado, constituem energia de rápido consumo.
Frutas e verduras
É importante que as crianças comam frutas, verduras e hortaliças todos os dias, cinco porções ou unidades diárias. Os sumos engarrafados não se consideram como tal, nem mesmo os naturais. Ambos são desaconselhados.
Amamentação materna
Se a criança está a ser amamentada, é recomendável continuar com a amamentaçãoaté que a mãe ou a criança assim ou desejem, seguindo assim as recomendações da OMS.
Proteínas: nem todas são iguais
As proteínas devem orientar-se, preferencialmente, às de origem vegetal como as leguminosas, ou animal, como os ovos, o peixe azul (que, além do mais, é rico em gordura saudável ómega 3) e as carnes brancas mais magras (frango, peru, coelho…).
É de realçar que as leguminosas, com uma proteína mais pobre do ponto de vista nutricional, se podem completar com hidratos de carbono de modo a obter proteínas de alto valor nutricional. Por exemplo: lentilhas com arroz, favas com batatas, massa com grão-de-bico…
Por outro lado, as carnes mais gordas, as vermelhas, devem reservar-se para um consumo mais ocasional (vitela, cordeiro, porco…).
Doces, pastelaria & Co.
A pastelaria industrial ou artesanal (sendo pior a primeira), os gelados, os açúcares, os refrescos, as guloseimas, as pizzas, os queijos muito gordos, os hambúrgueres, os enchidos… são caprichos muito apetitosos! No entanto, apenas têm lugar de forma muito ocasional, dado que não trazem muitos benefícios para a saúde.
De qualquer forma, é sempre preferível optar por produtos de qualidade e de origem certificada dado que, também entre todos estes alimentos menos saudáveis, existem grandes diferenças de qualidade.
Uso de sal nas refeições
O sal não é bom quando ingerido em excesso e é importante não abusar dele, especialmente o sal iodado. As crianças devem acostumar-se desde cedo a ingerir pouco sal nas refeições. No caso dos bebés com menos de um ano, não deverão ingerir sal em absoluto.
(Também te interessa: Introdução dos alimentos na dieta do bebé)
O leite e os seus derivados
Não se aconselha ingerir mais de 500 ml de laticínios por dia, tais como iogurtes, queijos, leite, etc. Sempre que possível, são preferíveis os laticínios magros e não edulcorados.
E em relação às gorduras?
As gorduras também devem ser consumidas de forma moderada, especialmente quando são de origem animal. Os especialistas recomendam potenciar o consumo de peixe em relação à carne, especialmente em relação aos enchidos, hambúrgueres, etc., que se devem consumir apenas excecionalmente.
A importância da água
Por fim, a água deverá ser a bebida habitual das crianças. Não é saudável almoçar ou jantar com refrescos, e estes devem ser consumidos apenas em ocasiões especiais.
E não te esqueças da atividade física!
Uma alimentação saudável deve ser acompanhada de atividade física regular. O corpo humano está feito para estar em movimento, e o sedentarismo é um dos piores males dos nossos tempos e da nossa forma de vida, especialmente no Ocidente.
Mente sana: também é importante!
O aspeto psicológico completa a saúde do indivíduo. É importante que as crianças se acostumem desde pequenas a realizar práticas saudáveis para a mente, como o relaxamento, mindfulness, yoga ou meditação para crianças.
Os pais têm a obrigação de cuidar do bem estar psíquico e emocional dos seus filhos.
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Quem inventou a pirâmide alimentar?
O que conhecemos como pirâmide alimentar, também chamada de pirâmide nutricional, não é mais do que um esquema gráfico que pretende orientar-nos na direção de uma alimentação saudável, variada e equilibrada. Mas quem a inventou e quando?
- As suas origens não são completamente conhecidas, mas parece que a primeira pirâmide alimentar se terá inventado na Suécia nos anos 70 do século XX.
- O que motivou a criação deste gráfico com informação nutricional “estandardizada”, não foi, no entanto, o objetivo de promover hábitos alimentares saudáveis entre a população. Qual foi então a verdadeira razão?
- Aparentemente, a primeira pirâmide alimentar teria mais relação com questões económicas da época e com o contexto social.
- A situação económica que este país escandinavo atravessava naquela altura, em pleno processo de adaptação à política liberal, provocou uma forte subida no preço dos alimentos, e fez com que os especialistas desenhassem uma distribuição das categorias de alimentos de forma a que os mais acessíveis e abundantes, como os cereais e as batatas, constituíssem a base da pirâmide.
- Os alimentos mais caros, como a carne e o peixe, subiram andares na pirâmide. No entanto, o equilíbrio nutricional ficava bastante bem resolvido, de modo que se poderia dizer que “mataram dois coelhos com uma só cajadada”.
A pirâmide alimentar atual tem a sua origem nos EUA
O gráfico da alimentação que representa a pirâmide nutricional que hoje conhecemos foi inventada nos anos 90 do século XX nos Estados Unidos, promovida pelo Departamento de Agricultura norte americano.
Esta instituição colocou na base da pirâmide o grupo dos cereais, pães, massas e arroz – todos eles hidratos de carbono – com um consumo recomendado de 6 a 8 porções diárias. Como vimos anteriormente, na pirâmide alimentar de referência em Portugal, a ingestão de carboidratos recomendada é de 4 a 6 porções diárias.
O segundo andar foi destinado às frutas e um patamar acima ficaram as proteínas, como o leite e seus derivados, carnes, peixe e legumes, com 2 ou 3 porções recomendadas por dia.
O vértice da pirâmide ficou reservado às gorduras e ao açúcar, cujo consumo é menos saudável.
……
Segues as recomendações da pirâmide alimentar? Quais os padrões que segues quando tens de alimentar os teus filhos? Qual é a dieta que segues para ti e para os teus filhos?