Também lhe interessa…
- O Meu Bebé
- Bebés
- Saúde e cuidados do bebé
- O umbigo do bebé: como curar o cordão umbilical?
O umbigo do bebé: como curar o cordão umbilical?

O cuidado do cordão umbilical é uma das questões mais frequentemente colocadas entre mães e pais, especialmente porque podem receber instruções diferentes. Respondemos às perguntas mais frequentes sobre os cuidados com o cordão umbilical com a ajuda da parteira Ruth Nieto.
Quais são as novas tendências nos cuidados do cordão umbilical?
Os cuidados do cordão umbilical começam no momento do nascimento. Depois do nascimento, o cordão umbilical é pinçado e cortado com material limpo e esterilizado. Após o nascimento, e até o cordão umbilical sarar, o cordão umbilical pode ser infectado pelos germes habituais da pele. Por este motivo, é importante tomar medidas de higiene adequadas para manter o cordão umbilical limpo, a fim de evitar possíveis infecções.
Em ambientes onde as condições higiénicas são favoráveis, como por exemplo no nosso país, recomenda-se o cuidado a seco: este tipo de cuidado consiste em lavar com água e sabão, manter o cordão limpo e seco, e evitar cobri-lo com gaze ou uma fralda. A lavagem continua depois de o cordão ter caído e até a área ter sarado completamente.
Por outro lado, gostaria de salientar, em resposta a uma preocupação e pergunta comum das mães e dos pais, que tocar no cordão saudável não é doloroso para o bebé e que podemos mobilizá-lo enquanto o estamos a curar, para que possamos limpá-lo bem à volta da base do cordão.
Em que casos são utilizados 70 graus álcool e clorhexidina à prova?
É possível que, hoje em dia, dependendo do hospital, possam ser recebidas diferentes informações sobre os cuidados de cordas, o que pode criar confusão para os pais. Quando isto acontece, tento transmitir às famílias para não esquecer o mais importante: manter o cordão seco e estar atento aos sinais de aviso.
Mas, se olharmos um pouco mais de perto, e com base nas provas científicas, os cuidados anti-sépticos tópicos de rotina adicionais não são necessários, uma vez que não reduzem significativamente o risco de infecção nos cenários que discutimos, e estão associados a complicações, embora estas sejam raras.
Em última análise, os cuidados do cordão umbilical com anti-séptico são desnecessários nos países desenvolvidos e podem ser substituídos por cuidados do cordão seco. Além disso, estudos mostram um atraso na queda de cordas com o uso de outros anti-sépticos, tais como clorexidina e álcool de 70 graus.
Quanto tempo demora a queda do cordão umbilical?
O cordão umbilical cai normalmente entre os três e os 14 dias de idade. No entanto, este período pode ser mais longo e pode durar até três semanas, sem que tal constitua uma situação anormal.
Pode dar banho ao recém-nascido até que o coto umbilical tenha caído?
É possível dar banho ao bebé, mas recomenda-se evitar o banho de imersão pela mesma razão que o uso de anti-sépticos: retardar o desprendimento do cordão umbilical.
Preparar a banheira com pouca água e utilizar uma esponja poderia ser útil para o banho do recém-nascido, uma vez que isso evitaria a imersão do bebé.
No caso de submergirmos o bebé sem nos apercebermos, devemos vivê-lo calmamente e não esquecer a chave principal para cuidar: limpar e secar o bebé depois.
Quais são os sinais de aviso que indicam a presença de uma infecção e o que fazer para a tratar?
Quando o cordão está prestes a cair, há uma crosta na extremidade do cordão, e o sangue pode aparecer, embora seja escasso e leve, o que é um sinal de cicatrização.
No entanto, existem outros sinais de que devemos consultar um profissional para descartar possíveis infecções:
- Pele avermelhada à volta da base do cordão.
- Pus a sair (líquido amarelado).
- Mau cheiro.
- Alta sensibilidade ao toque do cordão.
- Febre.
Além disso, podem ocorrer alterações no humor do bebé, tais como irritabilidade ou sonolência, se a infecção for mais grave.
Em caso de infecção, para a qual o termo médico é omphalite, o tratamento dependerá da gravidade da infecção. Em casos mais leves, é normalmente resolvido com uma pomada antibiótica, mas noutros casos, é necessário um tratamento antibiótico intravenoso, que requer hospitalização.
Além disso, existem outras razões frequentes para a consulta com as seguintes complicações:
- Granuloma: crescimento excessivo de tecido à volta do cordão, por vezes acompanhado por uma descarga clara ou amarelada. Tem geralmente um aspecto carnoso, como um caroço húmido e é de cor vermelha ou rosa. Deve ser consultado para avaliação. Há várias maneiras de o tratar, embora a tendência seja a de usar "sal comum".
- Hérnia umbilical: tecido abdominal protuberante à volta do umbigo. As hérnias geralmente desaparecem por si próprias, mesmo após três anos de vida. Se não fecharem, podem necessitar de cirurgia. Por este motivo, devemos consultar o pediatra para recomendações apropriadas.
O que acontece se o cordão umbilical não cair?
Se o cordão umbilical não tiver caído quatro semanas após o nascimento e for mesmo muito "tenro e húmido", recomenda-se consultar um pediatra para descartar outros problemas.
A frequência das doenças associadas à perda retardada de cordas é rara. Na maioria dos casos, as causas são benignas, tais como o uso de anti-sépticos, um ambiente húmido ou a pré-maturidade. No entanto, existe a possibilidade de alterações na anatomia ou sistema imunitário do bebé, razão pela qual é da maior importância ver o seu profissional de saúde.
Ruth Nieto
Parteira especializada em aleitamento materno
Consultas pós-natais em casa
@ruth.mimatron