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Educação em valores: o papel das crenças na educação dos nossos filhos

Fala-se muito de educação em valores nos últimos tempos. Estudaram-se muitos dos pensamentos que habitam a mente dos nossos adolescentes e também se analisou aquilo que sob as suas crenças, podem transmitir aos outros, em especial aos nossos bebés.
Achas que a educação em valores está em crise nos tempos em que vivemos? As crianças e jovens de épocas anteriores tinham mais presentes os valores da sociedade? Ou será que os pais de hoje estão tão ocupados com os seus trabalhos e afazeres diários que não dedicam tempo suficiente à educação em valores dos seus filhos? Acreditamos que esta reflexão nos pode ajudar a aprofundar estes temas enquanto pais e educadores, e a eles como adolescentes e coeducadores.
O estudo das crenças sempre me pareceu fascinante. O ser humano é um ser excecional, para o bom e para o mau. Em grande medida, a sua capacidade e as suas possibilidades dependem do que o indivíduo acredita que pode fazer ou conseguir e, em sentido inverso, do que se não se vê capaz, ou que pensa que não consegue.
A análise deste tipo de crenças com as quais os nossos jovens lidam, conseguidas através de questionários anónimos, em zonas da Comunidade de Madrid, revela um panorama interessante, que se distancia em certa medida de algumas generalizações utilizadas para nos referirmos aos nossos adolescentes.
Analisámos, através das suas respostas, questões relacionadas com o futuro, a carreira, as oportunidades, as crenças que trazem da infância e da adolescência, o dinheiro, a situação do país e os seus objetivos e propósitos na vida. A missão deste estudo foi comprovar, através da descrição das diferentes crenças, o grau de maturidade de um adolescente no que diz respeito à gestão e controlo da sua própria vida.
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Outros propósitos deste estudo relacionam-se com o fazer pensar nas próprias perguntas e respostas, pois ao centrar a atenção em questões como objetivos, propósito vital e distinção entre identidade e comportamentos, abre-se a possibilidade de abri caminhos nas apreciações dos jovens, mesmo que em alguns casos não tivessem refletido anteriormente nestes temas.
Como transmitimos às crianças a educação em valores
Perante a sensação um tanto generalizada de “geração imperador” e “geração nem-nem”, os nossos jovens admitem:
- Que têm os olhos postos nos seus próprios projetos e nos seus próprios recursos, que na sua maioria pensam no futuro e têm objetivos que (aqui sim, uma percentagem ínfima) até os tem por escrito.
- Que são capazes de desenhar a sua própria definição do sucesso e que, embora reconheçam a força das crenças negativas nas suas capacidades, ditas por pais e outras figuras de autoridade, sabem-se donos das suas vidas e separam o que lhes dizem daquilo que eles próprios pensam, embora nem sempre consigam diferenciar (e aqui grande parte da responsabilidade é dos adultos) as críticas aos seus comportamentos das críticas à sua pessoa.
- Os nossos jovens confiam que o futuro será melhor e sabem-se donos do seu destino. A crise tem pouco ou nada a ver com as suas perspetivas de sucesso, e a sua confiança nos próprios recursos está, em geral, bem sedimentada.
Concluo, após este breve resumo, com uma declaração de confiança incondicional e esperança nos nossos jovens, preparados, inteligentes e promissores, apesar dos maus tempos, e talvez até graças a eles.
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Um artigo de Ana Méndez
Personal coach. Colaboradora de N-Acción - Asociación para el Desarrollo del Coaching y la Inteligencia Emocional.