Ao chegar ao terceiro trimestre de gravidez, os bebés costumam dar a volta, colocando-se em posição cefálica, de cabeça para baixo, a ideal para nascer por via vaginal, sem correr o risco de ter de realizar uma cesariana por vir em posição pélvica, de pé ou em qualquer outra posição pouco favorável para o parto natural. Pode “convencer-se” o bebé a dar a volta?
- Ouve frequentemente dizer que o bebé “não se colocou bem”, quase dando a entender que só é possível adotar uma posição no útero, de cabeça para baixo. No entanto, a apresentação cefálica é apenas uma das muitas que o bebé adota no transcorrer da gravidez, com as suas mil reviravoltas dentro da barriga da mamã.
- O movimento do futuro bebé no útero é sinal de grande bem-estar e vitalidade, e o mais importante é que a mamã esteja contente, sem medo do que possa acontecer. Em função da idade gestacional, o feto experimenta muitas posições com movimentos voluntários, procurando a que mais se ajusta às suas necessidades. Isto significa que a posição que se observa na ecografia não é definitiva mas sim dinâmica.
- Às 25 semanas de gravidez, um em cada quatro bebés encontra-se em posição pélvica; às 32 semanas a percentagem desce para um em cada 8; e, no final da gravidez, apenas 4% dos bebés estão nesta posição.
Se no terceiro trimestre se deteta a posição pélvica, seja através da ecografia ou dos correspondentes exames externos, pode recorrer-se a alguns tratamentos com o objetivo do bebé dar a volta e poder nascer por via vaginal:
- Antes das 34 semanas de gestação pode recorrer-se à moxabustão. Trata-se da aplicação de calor através de uma moxa (charuto) de artemísia que se aplica sobre o último dedo do pé da futura mamã, seguindo um procedimento que a parteira lhe ensina.
- A versão fetal através de manobras externas. Não nos podemos esquecer que o parto pélvico por via vaginal é uma experiência cada vez menos frequente nos hospitais devido aos riscos que acarreta. Normalmente, nestes casos, realiza-se uma cesariana programada. Esta manobra apenas se pode efetuar a partir das 37 semanas, idade gestacional na qual o feto já dificilmente muda de posição.
- Durante o tratamento, que se realiza no hospital, o bem-estar materno e fetal são monitorizados antes, durante e no final da manobra, que oferece uma possibilidade de sucesso superior a 80%. Dado que é uma manobra não isenta de riscos, deve meditar-se bem, depois de se informar atentamente num centro no qual esta prática se realize de forma rotineira.