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Acetona nas crianças: porque é que aparece e como tratá-la?

22 novembro 2022

A acetona é um sintoma de um distúrbio alimentar que pode acompanhar algumas doenças. O que a causa, que tratamento é necessário e como sabe se o seu filho sofre dela?

 trapote luis pediatra

Dr. Luis González Trapote
Pediatra. Grupo de Investigação e Ensino em Pediatria Ambulatorial (GRINDOPE).
Supervisão científica

Pergunta-se o significado de quando uma criança tem acetona? Nas crianças, as reservas de açúcares complexos, que fornecem energia de longa duração, esgotam-se mais rapidamente do que nos adultos. Como fonte alternativa de energia, o corpo transforma-se em gorduras, que, quando queimadas, produzem três substâncias (os chamados corpos cetónicos):

  • Ácido acetoacético.
  • Ácido beta-hidroxibutírico.
  • Propanona ou acetona propriamente dita.

acetona febre

Sinais de acetonemia (corpos cetónicos no sangue)

  • A acetona é uma substância volátil, que, em contacto com o ar, liberta um aroma inconfundível, semelhante ao da maçã.

Outros sinais podem incluir

  • Sonolência.
  • Irritabilidade.
  • Falta de apetite.
  • Vómito.
  • Dor de barriga.
  • Mal-estar geral.
  • Círculos escuros debaixo dos olhos.
  • Dor de cabeça.
  • Língua seca coberta com uma pátina esbranquiçada (saburra).
  • A febre é outro sintoma que normalmente não está ausente.

Causas da acetona

Há situações que favorecem o aparecimento de acetona nas crianças.

  • Se a criança tem estado em jejum há muitas horas. Como os açúcares não estão disponíveis, o corpo recupera energia a partir das gorduras.
  • Se a criança tiver comido de forma desordenada, consumindo muitas gorduras (batatas fritas, outros alimentos fritos, chocolate, natas, etc.).
  • Se tiver havido febre alta e a criança tiver sido sujeita a esforço físico prolongado.
  • A acetona também pode ocorrer se a criança tiver vomitado, eliminando assim as reservas de açúcar presentes no corpo.
  • No entanto, em alguns casos, pode ocorrer o contrário: a presença de acetona provoca o vómito da criança.

acetona sintomas

Como saber se o seu filho tem acetona

Os corpos cetónicos são excretados no ar exalado pelos pulmões e na urina. As cetonas podem ser identificadas na urina com a ajuda de um bastão de urina, que detecta cetonúria e é vendido em farmácias. O pau é molhado com algumas gotas de urina da criança. Dependendo da presença ou ausência de acetona, o pau assume uma cor diferente.

  • Se o resultado for positivo, ou seja, se a criança tiver acetona, é suficiente adoptar algumas medidas dietéticas durante 2-3 dias.
  • Se o resultado for negativo, isto é, se a criança não tiver acetona, é necessário contactar o pediatra para descobrir a causa do desconforto.

Tratamento da acetona

Na prevenção e tratamento da acetona, a dieta da criança é crucial.

Uma dieta saudável e regular é normalmente suficiente para a evitar. Quando a desordem já tiver aparecido, é suficiente oferecer à criança um chá de camomila leve adoçado com uma colher de chá de açúcar ou mel (este último a partir do primeiro ano). A criança deve bebê-la em pequenos goles. O sumo de fruta também é muito útil.

  • Na presença de vómitos, e se a criança se tiver empanturrado de doces ou batatas fritas durante algumas horas, será necessário adoptar um menu muito leve.
    Isto deve conter alimentos ricos em hidratos de carbono complexos (pão, massa, arroz, batatas), assim como fruta e vegetais.
  • No entanto, carne, produtos lácteos gordos, enchidos, frituras, doces e chocolate não são recomendados. O vómito acetonémico é praticamente o único tipo de vómito para o qual não é recomendado o jejum para descansar o estômago.
  • Só depois se pode brindar com compota ou mel, leite ou iogurte adoçado com baixo teor de gordura na dieta da criança.

Quando contactar o pediatra

A acetona raramente permanece elevada se a criança comer uma dieta equilibrada. Poderá ser necessário contactar o pediatra se os valores de acetona subirem apesar da dieta correcta, se o vómito for persistente ou se houver sintomas que não se encaixem no quadro

DIRETORA EDITORIAL EM O MEU BEBÉ. Especialista em temas de gravidez, p(m)aternidade, bebés e crianças, e coordenadora da nossa Agenda de Crescimento

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