
Já está na 19ª SEMANA
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BEBÉ
A sua pele cobre-se de vernix caseoso, uma camada de gordura que o protege do contacto com o líquido amniótico. O lanugo, que se desenvolve sobre o feto, ajuda o vernix caseoso a permanecer na pele. O esboço dos dentes permanentes forma-se nas gengivas, sob os dentes de leite já formados.
MAMÃ
A maioria das mães já sentiram os movimentos do feto durante esta semana mas a partir de agora podem também notar um movimento muito comum, uma série de ligeiros saltinhos: o bebé tem soluços!
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X DESENVOLVIMENTO X
Com quem se irá parecer?
Certamente que sente curiosidade de saber como será o seu bebé. A genética pode ajudar. Não é uma ciência exata, mas existem traços dominantes que nos permitem imaginar qual será o aspeto físico do bebé.

Será menino ou menina? Terá os olhos azuis da avó ou as pernas magras do pai? A dúvida sobre o sexo do futuro bebé costuma encontrar resposta por volta da 20ª semana de gravidez com a segunda ecografia. No entanto, para satisfazer a curiosidade em relação às outras características terá de esperar alguns meses e, no caso da estatura, anos. Como alternativa, podemos recorrer às Leis de Mendel, que explicam como e em função de quê os pais transmitem aos filhos as suas características físicas e psíquicas.
OLHOS ESCUROS OU OLHOS CLAROS? Segundo a lei de Mendel, estas são as combinações possíveis mais frequentes: ORELHAS DESCOLADAS QUAL SERÁ A SUA ALTURA? > Para os rapazes: > Para as raparigas: A estatura genética prevista é sempre alcançada, exceto se o crescimento da criança diminuir devido a fatores ambientais (alimentação ou higiene insuficientes) ou biológicos (problemas hormonais ou anomalias cromossómicas). A tendência para um excesso de peso também tem raízes genéticas, mas o ambiente conta muito. Numa família de obesos, a criança ganha hábitos alimentares incorretos, que poderão condicionar a sua forma física na idade adulta. CABELO ABUNDANTE? De qualquer forma, há uma relação bastante constante e previsível com a cor dos olhos: os cromossomas dos genes encarregados de dosificar a melanina do cabelo e da íris situam-se muito próximos entre si, e ambos são transmitidos, o que explicaria a frequência com que as pessoas louras têm olhos azuis e as morenas têm olhos escuros. Também o facto de o pai ou o avô paterno terem sofrido queda de cabelo prematura, aumenta a probabilidade de que um ou vários filhos tenham o mesmo problema, tal como a tendência para os cabelos brancos, que é igualmente uma questão hereditária. NASCE-SE INTELIGENTE? Qual é a relação da miopia com a inteligência? Talvez nenhuma, mas há já muito tempo que se estabeleceu uma correspondência estatística entre esta anomalia hereditária e um elevado coeficiente intelectual. Alguns especialistas descobriram recentemente que é um único gene o responsável pelo desenvolvimento cerebral e pela formação do olho. Pode ser que o esteriótipo de um bom estudante com óculos tenha algum fundamento!
A cor dos olhos é determinados pela concentração da melanina presente na íris. Os olhos escuros têm uma quantidade elevada de pigmento, enquanto os olhos claros têm menos pigmento. Essa quantidade é regulada por três genes, no mínimo, o que torna o mecanismo de transmissão muito mais complicado do que se pensava. Em geral, pode afirmar-se que, sendo dominante a cor escura, se apenas um dos progenitores tem os olhos claros, é muito provável que a criança tenha os olhos escuros.
Escuro + escuro = escuro
Escuro + claro = escuro
Claro + claro = claro
No entranto, não será possível prever se os olhos claros serão azuis ou verdes.

Alguns traços físicamente muito marcados, como o queixo proeminente, o nariz aquilino, as orelhas descoladas ou as mãos grandes, são características hereditárias dominantes, de que dificilmente podemos escapar. Uma boa notícia para as famílias em que estes traços são comuns é que nas mulheres estas linhas quase sempre tendem a ser mais suaves. Em geral, os pais reconhecem-se nas feições dos meninos, mas se observarem bem, descobrirão as mesmas feições, ainda que mais leves, nas meninas.
Habitualmente, a altura e o peso são o resultado de uma média das características dos pais. Um casal de estatura baixa, muito dificilmente terá um filho mais alto do que outra criança da mesma idade, cujos pais são altos. A estatura definitiva pode ser prevista com alguma aproximação. Os auxiliaólogos (os médicos especialistas do crescimento) utilizam as seguintes fórmulas:
Altura do pai em centímetros + altura da mãe em centímetros: 2 = X+13
Altura do pai em centímetros + altura da mãe em centímetros: 2 = X-13

Também a cor e a estrutura do cabelo são teoricamente reguladas pela competição entre os genes dominantes (preto e encaracolado) e os genes recessivos (louro e liso). O pigmento será sempre determinado pela concentração de melanina, mas no caso do cabelo, os genes responsáveis são, pelo menos, quatro.
Neste moento pensa-se que, tal como acontece com outros traços morfológicos, como a constituição, a estrutura pilosa tambiém é determinada pela mistura dos genes maternos e paternos.

Os investigadores concordam num facto: todas as crianças nascem com a herança cerebral dos pais, porém o seu crescimento intelectual ou psíquico é extremamente condicionado pelo ambiente em que vivem e pelos estímulos que recebem. Em que percentagem? Segundo as opiniões dos especialistas, passa-se de 60 a 80% a favor da genética. No entanto, estes são cálculos difíceis, para não dizer impossíveis. Se falarmos, por exemplo, de talento musical: quanto é predeterminado geneticamente e quanto se deve ao facto de um filho de músicos viver rodeado de melodia e ter a oportunidade de tocar um ou vários instrumentos desde pequeno?
Ainda que seja difícil prever as capacidades ou inclinações que irão herdar os nossos filhos, podemos ter em conta o facto de que algumas formas de inteligência estão mais relacionadas com a herança genética do que outras. É o caso, por exemplo, a capacidad de cálculo, a habilidade cinética (a relação física com espaço e com o movimento) e, em menor grau, a memoria. Também é fortemente influenciada pela geneática a facilidade como a criança aprende vocabulário em uma ou ovárias línguas. Por fim, os genes também são os responsáveis pela miopia.
X BEM-ESTAR X
Mensagens de amor
Sabia que não é necessário esperar nove meses para transmitir amor ao seu filho e criar uma ligação com ele? Ensinamos-lhe quatro técnicas que a ajudam a comunicar com o seu bebé desde o início.

1 VISUALIZAÇÃO
O QUE É
Consiste em criar imágens mentais durante um profundo estado de relaxamento. Através desta técnica, a mulher aprende a abrir gradualmente os canais emocionais e psíquicos que servem, e sobretudo servirão depois do parto, para entrar em sintonia com o seu bebé. Imaginar a criança desde o início da gravidez e pensar nela envolvida num feixe de luz, que representa o amor da sua mãe, ajuda o bebé a sentir-se acolhido e protegido e a viver o seu nascimento de modo mais consciente.
COMO SE FAZ O ninho de luz Depois imagine um feixe de luz interior que se dirige ao útero. Imagine que vê um bebé, com os seus braços, mãos e pernas pequeninos. Rodeie-o com esta luz, como se fosse um ninho que o envolve. Imagine as suas mãos, cheias de luz, embalando-o docemente e imerso na luz que lhe envia. O seu pequeno coração ilumina-se. Agora pare um momento e espere a sua resposta… sinta a onda de amor do seu filho chegar a si. Respire profundamente e, quando se sentir preparada, abra os olhos. > O ninho de paz 2 FALE COM ELE O QUE É COMO SE FAZ > Use frases espontâneas > Crie uma rotina > Deixe-o ouvir o papá 3 ‘REBIRTHING’ COMO SE FAZ > Muitas palavras carinhosas > Uma respiração a três 4 NA ÁGUA COMO SE FAZ > Se for à piscina com o seu companheiro, peça-lhe que a segure enquanto flutua. Relaxe todas as suas tensões físicas e deixe-se embalar pela água, procurando respirar lentamente e visualizar o seu filho. > Se se sente à vontade na água, pode submergir-se completamente e colocar-se em posição fetal, de cabeça para baixo y com os olhos fechados. Deste modo estará a passar pelas mesmas sensações que o seu filho, identificando-se com ele. No final da gravidez poderá reviver o momento do nascimento. Deixe que a água a cubra totalmente e, pouco a pouco, volte à superfície e concentre-se nas sensações: a luz cada vez mais intensa, a diferença de temperatura, os sons cada vez mais fortes, etc. Será cada vez mais profundo, pois terá passado por uma experiência semelhante à dele quando chegar ao mundo exterior
Normalmente no início as visualizações são guiadas. Um especialista ajuda a mãe a relaxar e depois sugere-lhe imagens mentais nas quais se deve concentrar. Uma vez aprendida esta técnica, é possível realizar exercícios em casa com uma gravação. Explicamos-lhe dois deles.
Num sítio tranquilo, sente-se no chão com as pernas cruzadas ou numa cadeira com as costas direitas e o corpo relaxado. Faça algumas respirações deixando o peito cair durante as expirações. Ao inspirar repita mentalmente “Profundamente em mim …”, e durante a expiração: “… acalmo e relaxo”. Mergulhe no seu interior até sentir o seu corpo relaxado.
Depois, pouse as mãos no ventre com as palmas para baixo e os dedos entrelaçados. Imagine que dirige um feixe luminoso ao útero, para o seu filho. Observe aquilo que ele faz. Se estiver acordado pode acariciá-lo, explicando-lhe que está quase a chegar o momento de viverem uma bela experiência. Mova o feixe de luz e imagine que cria duas bolhas transparentes e luminosas, uma delas à sua volta, e a outra a envolver o bebé. Repita en voz alta, progresivamente más baixo: “Paz e harmonia”. Lentamente, as bolhas esbatem-se com a luz. Recupere o contacto com a realidade e, devagar, comece a mexer-se.
A voz materna é, sem dúvida, o estímulo que chega à criança de modo mais intenso e frequente. Cada vez que a mãe fala, as suas cordas vocais vibram como uma guitarra, formando ondas sonoras que são absorvidas pelos tecidos e pelos órgãos e que, na sua maioria, chegam ao útero. A voz de uma mulher ouvida desde o interior do seu corpo é tão diferente daquela que se ouve no exterior que se torna difícil pensar que um recém-nascido possa reconhecer a voz da sua mãe. E, no entanto, assim acontece. A criança reconhece o som, a entoação, e sobretudo, a carga emocional da pessoa que lhe fala. Por essa razão, falar com o bebé quando se encontra no ventre materno é a maneira mais simples e eficaz de estabelecer contacto com ele.
Pode falar com o seu filho desde o primeiro trimestre da gravidez. Ainda que o seu aparelho auditivo não esteja completo, senão no final do segundo trimestre, o seu bebé pode perceber as suas emoções muito antes. Assim, o facto de lhe falar converte-se num modo de lhe mostrar a sua presença e fazê-lo sentir que o ama desde que sabe que está dentro de si.
Quando a mãe comunica com o seu filho é importante que seja espontânea, direta, doce e terna. Conte ao seu bebé tudo aquilo que sente, explique-lhe o que está a fazer e procure que a sua voz seja o mais tranquila e doce possível. Ao mesmo tempo, pouse as mãos sobre o ventre. Se estiver zangada ou preocupada não se sinta culpada. Tranquilize o seu filho, falando-lhe suavemente, diga-lhe que o que sente não depende dele e que continua a amá-lo muito.
Pode dedicar-se a este momento, todos os dias, a uma hora determinada, para criar um encontro fixo com o seu bebé. Por exemplo, fale com ele durante uns minutos depois do almoço ou do jantar. Tudo indica que um nível de açúcar mais elevado no sangue da mãe, e portanto no do feto, faz com que o bebé seja mais ativo e recetivo.
É importante que o bebé aprenda a distinguir a voz do seu pai, especialmente a partir do terceiro trimestre. Diga ao seu companheiro que lhe faça carícias na barriga: pequenos círculos com os dedos, partindo da parte inferior do ventre, onde deveria estar situado a cabeça do bebé, e subindo em direção ao umbigo para percorrer o seu corpo. Ao mesmo tempo, o seu companheiro pode expressar o amor pelo vosso filho falando-lhe perto da barriga e contando-lhe como deseja que esteja convosco. Se preferir pode limitar-se a chamá-lo, já que, no princípio, algunos homens se sentem um pouco intimidados ao viver esta situação. No entanto, ao fim de pouco tempo, sentem-se mais desinibidos.
O QUE É
O rebirthing, que significa “renascer”, é uma técnica de relaxamento profundo que surgiu nos Estados Unidos no princípio dos anos 70. Baseia-se num tipo de respiração especial, sem interrupções e efetuada de modo circular, ou seja; inspirando e expirando sempre através do mesmo canal (o nariz ou a boca). Assim, cria-se uma reação bioquímica que aciona alguns neurotransmissores implicados nos mecanismos de regulação da ansiedade e stress, estimulantes a nível psíquico, suscitando emoções relacionadas com as recordações. Através do rebirthing pode chegar, inclusive, a reviver a experiência do próprio nascimento. Na gravidez, recorre-se à versão mais suave desta técnica.
No princípio é importante que se deixe guiar por um terapeuta. Com a ajuda do rebirther, a mãe aprende a encontrar o ritmo de respiração adequado. Em geral, ao fim de quatro ou cinco sessões, a mãe já pode fazê-lo sozinha. Uma vez que os exercícios terminam, o monitor ajuda a mãe a compreender as emoções, especialmente aquelas que são negativas e que emergem durante este encontro. Uma sessão completa dura cerca de 40 minutos. Ensinamos-lhe dois exercícios simples que pode tentar praticar em casa.
Deite-se num sítio calmo e numa posição confortável. Inspire e expire pelo nariz sem interrupções. Pouse as mãos no ventre e visualize o seu filho. Também lhe pode repetir frases de amor e de acolhimento mentalmente. Este exercício pode ser efetuado desde o primeiro mês, e é suficiente uma sessão de quinze minutos uma vez por semana.
Experimente partilhar esta experiência com o seu companheiro. Peça-lhe que se estenda atrás de si, apoiando as costas na parede e abraçando-a por trás. Juntos, ponham as mãos na sua barriga e respirem sincronizadamente. Visualizem o bebé e enviem-lhe pensamentos positivos. Através deste exercício o pai pode ter consciência do seu papel desde o início, e o casal consegue viver a gravidez em sintonia, estabelecendo um contacto a três. Este exercício deve ser feito uma vez por semana durante quinze minutos, tendo em conta que deve ser um momento de calma. Também pode realizar alguns dias de exercícios respiratórios simples: 20 ou 30 respirações circulares em momentos nos quais sinta necessidade de se reencontrar e de se conectar com o bebé.

O QUE É
Preparar-se para o parto mergulhada em água irá ajudá-la a entrar em sintonia com o seu filho, que nada no líquido amniótico. A lentidão de movimentos que se impõe no ambiente aquático e a possibilidade de flutuar permitem libertar tensões e favorecer o relaxamento e o recolhimento. Assim, a futura mãe pode deixar-se levar e, de certo modo, voltar às suas origens, experimentando as mesmas agradáveis sensações que o filho sente dentro dela. A água torna-se o denominador comum entre mãe e filho e estabelece um contacto profundo, ajudando a mulher a preparar-se para ser mãe, tanto a nível físico como psicológico.
Se o seu ginecologista estiver de acordo, pode fazê-lo logo no primeiro trimestre. A água da banheira deve ser morna e agradável. Apoie as mãos delicadamente na parte inferior do abdómen, feche os olhos e concentre-se no seu filho que, tal como a mãe, é acariciado pela água.
X SAÚDE X
Gravidez sem riscos
Já teve rubéola, toxoplasmose ou citomegalovírus? Se assim for, não precisa de se preocupar. Se, pelo contrário, não estiver imune a estas infeções, deve proteger-se durante a gestação. Vejamos como e o que fazer em caso de contágio.

Muitas futuras mães, contagiadas por uma infeção de risco durante a gravidez, chegam aos centros médicos com uma enorme preocupação. No entanto, na maioria das vezes, a infeção não chega ao feto, que fica bem. Para descartar este tipo de problemas existem centros especializados no diagnóstico e tratamento de infeções congénitas, desde a rubéola à toxoplasmose, ou seja, infeções contraídas pela mulher durante a gravidez e transmissíveis ao feto, muito temidas pelas suas possíveis consequências, mas nem sempre fáceis de avaliar
> Se uma futura mãe sofre uma infeção, esta é transmitida ao feto em 10% dos casos, ainda que raramente tenha resultados graves. Hoje em dia existem instrumentos de diagnóstico que detetam com exatidão se a infeção foi transmitida ao feto, quando ocorreu ou se, pelo contrário, a placenta materna atuou como barreira protetora, o que sucede na maior parte das vezes.
> O que deve fazer quando suspeita de uma infeção durante a gravidez?
É necessário dirigir-se a um centro especializado, onde possa efetuar um diagnóstico preciso com instrumentos moleculares que analisem o genoma do vírus através da extração do líquido amniótico. Receber um diagnóstico exato significa tranquilidade para a mãe, que necessita conhecer o estado de saúde do feto. Pelo contrário, em muitos casos, se a infeção já foi transmitida pode recorrer-se a tratamentos específicos, e efetuar um controlo correto do estado do bebé após o nascimento. Vejamos quais são os agentes infeciosos mais comuns e quais as possíveis medidas de proteção.

CITOMEGALOVIRUS (CMV)
Afeta entre 1 e 3% dos recém-nascidos. A transmissão sucede através de uma infeção materna primária, ou seja; contraída pela primeira vez. Normalmente passa despercebida ou manifesta-se com sintomas semelhantes aos de uma constipação (febre, dor de garganta, gânglios inchados e cansaço). As consequências para o feto (maiores quanto mais precoce for a fase da gestação em que se produz o contágio) afetam, principalmente, o sistema nervoso central. Pode ocorrer surdez, problemas visuais e a nível de desenvolvimento psicomotor.
> Prevenção. Se a mulher foi contagiada antes de engravidar (o que pode ser detetado com uma simples análise de sangue), uma segunda infeção durante a gestação não tem porque ser uma preocupação. Os anticorpos impedem a transmissão do vírus ao feto. Caso contrário, dada a ausência de uma vacina, deve reduzir-se a possibilidade de contágio, evitando o contacto com matérias orgânicas humanas (saliva, urina, esperma e lágrimas), e cuidando a higiene pessoal (lavar as mãos frequentemente é a primeira medida de prevenção, e também é recomendável usar as casas de banho públicas com prudência). Também será necessário efetuar análises de sangue periódicas.
> Se já houve contágio, no caso de infeção primária, é necessário dirigir-se a um centro especializado, onde se realiza uma investigação quantitativa do genoma (o património genético) do vírus no líquido amniótico (extraído por amniocentese), para detetar se a infeção foi transmitida ao feto. Se a análise tiver um resultado negativo, a futura mãe pode ficar tranquila e excluir a infeção congénita com uma probabilidade de 100%. Também se verificam resultados bastante tranquilizadores quando se encontram baixas quantidades do vírus: neste caso o bebé será infetado mas será assintomático, como tal, não irá sofrer danos. Pelo contrário, se for encontrada uma elevada quantidade de vírus, o feto corre o risco de desenvolver uma infeção sintomática. Neste caso, a futura mãe poderia fazer parte de uma prova clínica de tratamento com gamaglobulina hiperimune (realizada em alguns centros hospitalares e universidades) que, ao neutralizar o vírus, poderá reduzir os danos ao feto. Se o diagnóstico for feito após o nascimento, os recém-nascidos são submetidos a exames minuciosos, e existem tratamentos com possibilidade de minimizar os danos causados.

TOXOPLASMOSE
Esta infeção atinge entre um a quatro de cada mil recém-nascidos. É causada pelo Toxoplasmagondii, um protozoário que se reproduz no intestino dos gatos. Os ovos que contêm as esporas dos parasitas, os oocistos, presentes nas fezes, permanecem infetados durante aproximadamente um ano, e a sua ingestão é uma das formas de contágio mais habituais (por exemplo através do consumo de vegetais crus que tenham estado em contacto com as esporas, ou também pelo consumo de carne de cordeiro, porco ou boi, crua ou mal passada).
> Prevenção. Se a mulher não foi infetada (o que se sabe através de uma análise de sangue) durante a gestação, deve lavar muito bem as mãos sempre que tocar carnes ou verduras, deve evitar o consumo de carne crua, assim como o contacto com gatos de rua e com materiais que possam conter fezes de gato.
E se houver um gato em casa? Se o animal nunca sai de casa e apenas come ração e latas de alimentação própria para gatos, não há qualquer problema. Pelo contrário, se o gato tem contacto com outros gatos e se alimenta de carne crua ou mal passada, é conveniente que não lhe pegue ao colo e que seja outra pessoa a limpar a sua caixa de areia. A análise de sangue que deteta os anticorpos da toxoplasmose deve ser repetida regularmente.
> Se já houve contágio, um centro especializado poderá determinar se a infeção é anterior à gravidez (e neste caso não há nenhum perigo) ou se, pelo contrário, está a acontecer e existe possibilidade de ser transmitida ao feto. O risco de contágio aumenta em função da idade gestacional (15% no primeiro trimestre; 30% no segundo; e 60% no terceiro). Não obstante, os bebés infetados nas primeiras semanas da gravidez são aqueles que podem sofrer as consequências mais graves (como o aborto espontâneo). Hoje em dia, em caso de contágio, existem tratamentos antimicrobianos bastante válidos e bem tolerados pela mãe e pelo feto. Com as possibilidades atuais de diagnóstico e tratamento, pelo menos 90% das crianças com toxoplasmose congénita nascem sem sintomas evidentes e não sofrem danos permanentes.

RUBÉOLA
Esta doença afeta um em cada cem mil recém-nascidos e é provocada por um vírus da família Togaviridae, transmitido através da inalação das gotinhas de saliva disseminadas pelos doentes ou por contacto direto com as suas secreções nasofaríngeas. Se a futura mãe for contagiada precocemente na gestação, pode ocorrer um aborto espontâneo ou o bebé pode nascer com cataratas, surdez, problemas cardíacos e outras complicações.
> Prevenção. Ao contrário de outras infeções congénitas, a rubéola pode ser prevenida com uma vacina (vírus atenuado) eficaz e segura. Esta vacina tornou possível acabar com as grandes epidemias de rubéola que aconteciam antigamente, embora atualmente ainda existam alguns focos localizados.
Se já houve contágio, no caso das mulheres que já padeceram a doença ou que já estão vacinadas, a infeção não deve preocupá-las. Se a gravidez for planeada é aconselhável efetuar análises de sangue antes de tentar engravidar. Se a mulher for seronegativa é conveniente receber a vacina antes de iniciar a gestação. Por outro lado, se já estiver grávida não pode receber a vacina e, portanto, é necessário que adote algumas medidas de higiene e de comportamentos para reduzir a probabilidade de ser contagiada (ser cuidadosa quando estiver em contacto com crianças e lavar muito bem as mãos frequentemente), assim como efetuar análises de sangue regularmente. Se a rubéola for detetada durante a gravidez, nos centros especializados pode-se verificar-se se foi transmitida ao feto (através de análise ao líquido amniótico e ao sangue fetal). De qualquer forma, por agora, não existe um tratamento que se possa realizar durante a gravidez ou depois do nascimento.
XEXERCÍCIOX
Nadar com a barriga
Pode nadar durante a gravidez? Claro que sim! Mas deve escolher um estilo de natação adequado para evitar que as suas costas sofram stress em excesso. Oferecemos-lhe alguns conselhos.

Nadar é uma exercício muito completo e ideal para praticar durante a gravidez: tonifica, relaxa e, ao mesmo tempo, é seguro, já que não implica o risco de quedas. Para além do mais, na água a barriga pesa menos, o que permite evitar um excesso de carga sobre a coluna vertebral e as articulações, e proporciona uma sensação de leveza imediata. No entanto, é preciso ter algumas precauções: em maior ou menor grau, todos os estilos de natação tendem a fazer arquear as costas, uma posição contraindicada na gravidez porque o peso da barriga já tende a levar a coluna para a frente, provocando uma contração forçada dos músculos que a suportam. A atividade desportiva deve ajudar a relaxar a musculatura e a corrigir a lordose, ou seja; a excessiva curvatura das costas, para prevenir e aliviar as possíveis dores nas costas. Explicamos-lhe, a seguir, como se podem adaptar os estilos de natação à medida das futuras mães.
ESTILO LIVRE OU CRAWL COSTAS ESTILO BRUÇOS ESTILO MARIPOSA TREINO À MEDIDA ALGUNS EXERCÍCIOS > Pedale na posição vertical, montada a cavalo no tubo, enquanto move os braços em estilo crawl. > Apoie os pés e as mãos na borda da piscina, mantendo as pernas afastadas e os braços estendidos na água. > Coloque o tubo debaixo da barriga, ao nível da fossa ilíaca, e apoie as mãos na borda da piscina, com a cara na água. > Nos últimos meses de gravidez não pode adotar esta posição, porém na água sim, e notará como é extremamente relaxante. > Basta uma hora de natação, duas ou três vezes por semana, para conseguir um bom treino. Se tiver tempo e vontade pode nadar todos os dias, o mais importante é que o faça moderadamente. A natação é uma excelente atividade para praticar após o parto; ajuda a repor o tónus muscular e alivia o cansaço. Também é uma boa forma de aliviar o stress das mães que amamentam, já que este influencia a ação da prolactina, a hormona que produz o leite.
Para além de conseguir um bom trabalho de ombros e braços, a amplitude das braçadas permite esticar a coluna vertebral e distender os músculos das costas, trazendo alívio às possíveis contraturas. Requer mais esforço que o estilo de costas e pode ser praticado no início do treino, como aquecimento.
Uma alternativa? Experimente este exercício útil para aprender a controlar a respiração: movendo as pernas e mantendo os braços estendidos para a frente, apoiada numa prancha, inspire (dizendo mentalmente 1.001) e expire em dois tempos (dizendo 1.002 e 1.003). Depois, inspire em dois tempos e expire em quatro; depois, em três e em seis; e quatro e oito. A seguir, faça-o no sentido inverso (quatro e oito, três e seis, etc.).
É simples e muito relaxante, já que não necessita de respiração subaquática. Pode ser praticada do modo tradicional ou com braçada dupla. Para que não seja demasiado cansativo e as costas se curvem menos, depois de algumas piscinas pode nadar colocando um noodle de espuma atrás do pescoço, com os braços ao longo do corpo. Outra variante deste exercício consiste em fazer apenas os movimentos dos braços, colocando o noodle debaixo das pernas, ao nível dos joelhos, para que as costas não se curvem demasiado e para evitar um esforço em demasia.
É pouco indicado para a gravidez já que a coluna vertebral fica arqueada, acentuando a tendência natural da lordose típica da gestação. Este estilo faz com que os músculos abdutores (a parte interna das coxas) trabalhem demasiado. Como consequência, também o solo pélvico faz um maior esforço, uma zona que é recomendável tonificar mas não excessivamente, já que pode perder elasticidade e para o parto tal não é nada conveniente, pois o períneo deve poder relaxar para permitir o nascimento.
Existem variações mais suaves deste estilo: pode imitar os movimentos de uma rã, ficando de pé na água, com as pernas bem para baixo, para aproveitar a pressão hidrostática. Ou melhor ainda, pode nadar alternando as pernas para não arquear as costas. De qualquer modo, este estilo praticado de costas é extremamente útil para distender os músculos, movendo-se para trás com braçadas duplas. No final da atividade, pode apoiar os braços num noodle de espuma colocado atrás das costas, para que o exercício se torne mais leve.
Este estilo de natação é completamente desaconselhado para a gravidez, seja porque requer um grande esforço como porque exige uma técnica perfeita que talvez só aqueles que o praticaram durante anos conhecem bem.
Tomando as precauções indicadas, é possível começar a nadar em qualquer fase da gravidez, e continuar até às últimas semanas sem contraindicações, a menos, claro está, que surjam problemas que impeçam a atividade, como uma ameaça de aborto ou o risco de parto prematuro. O ritmo deve ser suave, agradável, sem fadiga e sem respiração ofegante. Por consequência, o número de piscinas feito para cada estilo, assim como o ritmo, irão variar em função da forma física de cada futura mãe. É preferível que não nade sempre com o mesmo estilo, mas sim alternando, costas, bruços e crawl, seguindo também as alternativas que antes descrevemos. Deste modo, os músculos das costas podem relaxar sem exigir demasiado esforço. No fim do treino, reserve dez minutos para relaxar.
> Ponha o tubo debaixo das pernas e use-o como se fosse um balouço.
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OBRIGADO POR NOS LER
Receberá o próximo número
da revista na semana que vem
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