
Já está na 11ª SEMANA
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BEBÉ
O seu bebé já não é um embrião, mas sim um feto. Formam-se as unhas dos pés e das mãos, bem como a íris dos olhos. Já se move no seu útero mas ainda não o consegue notar.
MAMÃS
Os incómodos enjoos começam a diminuir e pode dizer-se que a placenta já “funciona”. Inicia-se a comunicação sanguínea entre o feto e o útero (o feto já alcançou o tamanho de uma toranja).
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X SAÚDE X
O dicionário da gravidez
O primeiro trimestre está a terminar, chegou a altura de começar a familiarizar-se com alguns dos termos que vai ouvir durante a sua consulta com o ginecologista ou que irá ler em revistas especializadas.

NIDAÇÃO
> A fecundação do óvulo pelo espermatozóide é produzida no interior de uma das duas trompas, os canais que ligam os ovários ao útero. Poucos dias depois, o fruto da conceção chega à cavidade uterina e fixa-se aí, ou seja; adere à mucosa que reveste o órgão internamente. O processo dura 14 dias. Uma vez terminada esta fase, o embrião já desenvolveu uma estrutura primitiva: apresenta uma parte dorsal e uma ventral, assim como uma extremidade cefálica, que se irá converter na cabeça e na cauda. A implantação do óvulo pode provocar a rotura de pequenos vasos sanguíneos da mucosa uterina e consiguinte perda de algumas gotas de sangue. Não tem por que se preocupar: este é um fenómeno natural que costuma ocorrer duas ou três semanas após a conceção.
AMNIOCENTESE BETA-HCG BIÓPSIA DAS VILOSIDADES CORIÓNICAS Para além de detetar possíveis anomalias cromossómicas, a biópsia do cório permite o diagnóstico de algumas doenças genéticas como a anemia mediterrânea. É recomendada em casos nos quais os pais tenham antecedentes familiares desta doença. O risco de aborto que este exame pode comportar é semelhante ao da amniocentese, ou seja, inferior a 1%. BITEST BRAXTON-HICKS CANAL DE PARTO CERCLAGEM A cerclagem é realizada por volta da 13ª semana da gravidez e é indicada nos casos de insuficiência cervical congénita ou causada por intervenções cirúrgicas anteriores. CÉRVIX CITOMEGALOVÍRUS (CMV) CORDOCENTESE O risco de aborto associado a este exame é superior ao da amniocentese e ao da biópsia do cório, já que se encontra em cerca de 2%. É por este motivo que apenas se efetua em casos de suspeita de uma doença fetal. CÓRIO DISTOCIA > É o termo utilizado para indicar a existência de uma anomalía no desenvolvimento do parto. Por exemplo, quando as contrações uterinas se tornam mais lentas ou quando a dilatação do colo do útero se detém durante o trabalho de parto. ENCAIXE > É uma das fases do parto; quando a cabeça da criança (ou os pés, se se trata de um parto podálico) surge na cavidade do útero e se inicia a descida através do canal de parto. EPISIOTOMIA ESTROGÉNIOS FLUXOMETRIA Funículo > Sinónimo de cordão umbilical, une o corpo do feto à placenta. O seu interior é percorrido por quatro vasos sanguíneos, duas veias e duas artérias, que garantem a renovação de oxigénio e o fornecimento de substancias nutritivas ao feto. LÓQUIOS ORGANOGÉNESE Durante o segundo mês, a circulação sanguínea e o coração do feto formam a sua estrutura definitiva. No terceiro mês desenvolve-se o aparelho urogenital e os órgãos sexuais do futuro bebé. A coluna vertebral começa o proceso de ossificação. PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA Se não for controlada, a pré-eclâmpsia pode derivar em eclâmpsia, que se carateriza por crises de convulsões extremamente perigosas para a mãe e para o feto. Para se vigiar e manter o controlo, é importante seguir uma alimentação baixa em calorias e gorduras. Nestes casos, a situação pode ser estabilizada com medicamentos anti-hipertensivos e vigiar continuamente os valores. PROGESTERONA A ação da progesterona é acentuada na segunda metade da gravidez, momento no qual a hormona estimula a maturação das glândulas mamárias e suaviza a musculatura do solo pélvico, preparando-o para o parto. TESTE DA RUBÉOLA Nos dois trimestres seguintes, o risco de infeção fetal diminui até ser praticamente nulo. Por este motivo, é aconselhável que antes de engravidar faça o teste da rubéola e, no caso de não ser imune, se vacine. SOLO PÉLVICO > Diz respeito ao conjunto de músculos e ligamentos localizados na base do abdómen, entre a púbis e o cóccix (a última parte da coluna vertebral), que forma uma superfície de apoio para alguns órgãos: bexiga, uretra, útero e intestino. É uma estrutura extremamente flexível que, durante a gravidez e o parto, se encontra em esforço, o que pode ter consequências como a incontinência urinária. É aconselhável efetuar exercícios específicos para fortalecer a sua musculatura. TERATÓGENO > É o nome dado ao efeito de substâncias, doenças ou problemas físicos que provocan malformações fetais. Por exemplo, a talidomida é um fármaco teratógeno. A toxoplasmose também pode ter efeitos teratógenos, tal como a exposição do feto a radiações ionizantes. TESTE DA TOXOPLASMOSE > É uma análise de sangue que serve para verificar a imunidade da mãe à toxoplasmose, uma infeção contraída através do consumo de carne crua infetada ou através do contacto com fezes de gatos portadores da doença. A toxoplasmose pode ser transmitida da mamã para o feto e provocar-lhe problemas severos. Não existe uma vacina completamente eficaz, pelo que se recomenda a redução do risco de contágio através de precauções com a higiene e a alimentação. TRANSLUCÊNCIA NUCAL
> É um exame que pode ser realizado entre as semanas 16 e 18 da gravidez. Consiste na extração de um pouco de líquido amniótico, efetuada através da introdução de uma agulha extremamente fina no abdómen materno e é realizada sob um constante controlo ecográfico. Este exame permite diagnosticar possíveis anomalias cromossómicas do feto e é habitualmente realizado de forma gratuita a grávidas com mais de 35 anos. Como se trata de um exame invasivo implica um certo risco, ainda que mínimo, de interrupção espontânea da gravidez (em média, numa percentagem inferior a 1%). 
> A gonadotrofina coriónica humana (HCG) é uma hormona produzida pelas células do trofoblasto, a capa externa do embrião. A sua presença no organismo da mulher indica que se iniciou uma gestação. A HCG produz-se a partir do dia da conceção e a sua concentração aumenta rapidamente durante o primeiro trimestre, para depois se reduzir no fim do terceiro mês. Os testes de gravidez podem detetar a presença desta hormona desde o primeiro dia de atraso do período.
> O terceiro mês, entre as semanas 10 e 13, é o período indicado para una biópsia do cório, um exame realizado através da mesma técnica que a amniocentese: a introdução de uma agulha no abdómen ou por via transcervical. O seu objetivo é extrair uma determinada quantidade de vilosidades coriónicas da placenta, diminutas ramificações derivadas do óvulo fecundado que, como tal, possuem o mesmo património genético do embrião. 
> É um exame que pode ser feito por volta da semana 11 da gravidez e baseia-se na análise de duas hormonas presentes no sangue da futura mãe: a fração beta da gonadotrofina coriónica humana e a PAPP-A, a proteína plasmática A. Serve para prever o risco de o feto apresentar alguma alteração a nível dos cromossomas. Combinado com a translucência nucal, o bitest conduz à identificação de 83 fetos portadores de anomalias em cada 100 que as apresentem.
> Habitualmente são denominadas “falsas contrações” e podem ocorrer no decurso do terceiro trimestre da gravidez. São esporádicas e mais ligeiras do que as contrações anteriores ao parto. Duram poucos segundos e não indicam o início da dilatação, são, isso sim, uma espécie de “treino” para o útero.
> É o canal por onde o bebé faz a sua passagem na fase de expulsão do parto. É formado pela vagina e pelo colo do útero, completamente dilatado e apagado.

> É o procedimiento cirúrgico no qual se aplica uma pequena faixa de material sintético à volta do colo uterino (retirado antes do parto) para evitar uma dilatação prematura.
> O colo ou cérvix uterino é a parte inferior do útero, em cima da vagina. É atravessado pelo canal cervical, o que permite a passagem de sangue na mesntruação e dos espermatozoides durante o ato sexual. Durante a gravidez, o colo do útero é bloqueado pelo tampão mucoso, que desempenha a função de proteger o feto contra a entrada de agentes infecciosos. Durante a dilatação, o colo do útero alarga e desaparece progresivamente.
> É uma infecção vírica da família do herpes, transmitida pelas vias respiratórias, por relações sexuais ou por transfusão de sangue. Na maioria dos casos, esta doença é assintomática para os adultos. No entanto, quando contraída durante a gravidez, existe um risco de 30-50% de que se relacione com a incidência de de malformações em cerca de 10%. Não existem vacinas contra o citomegalovírus e, inclusive, tendo a mãe imunidade, existe uma pequena probabilidade de contrair uma nova infeção.
> Também chamada funiculocentese, consiste na extração de sangue fetal de um dos vasos do cordão umbilical. Este exame é feito através da introdução de uma agulha na parede do abdómen da mãe, tal como na amniocentese e na biópsia do cório. Pode realizar-se a partir da 18ª semana e permite diagnosticar infeções, doenças do metabolismo e patologias através da análise do sangue do feto.
> É a membrana mais externa das duas que envolvem o feto no útero materno. A membrana interna chama-se amniótica. O cório garante o intercâmbio de oxigénio entre a mãe e o feto.
> É o corte do períneo que pode ser efetuado durante o parto de modo a permitir a saída do bebé . Realiza-se quando existe risco de laceração, quando há uma intervenção por via vaginal com aplicação de fórceps ou de ventosas ou quando se trata de um parto podálico.
> São as hormonas sexuais femininas por excelência: produzem-se essencialmente nos ovários quando não há gestação, e na placenta, no caso de haver uma gravidez. Ao longo dos nove meses, a concentração de estrogénios e os seus valores elevados são causadores de uma grande parte das alterações do organismo materno: o entumecimento das mamas, a acumulação de tecido adiposo nos glúteos e ancas, o aumento de lubrificação vaginal, a dilatação dos vasos sanguíneos e o aumento da circulação sanguínea, bem como uma luminosidade particular da pele, a sensibilidade aos odores e uma certa propensão a alguns tipos de candro.
> É um exame não invasivo efetuado com um aparelho específico de ecografia. Permite medir a velocidade de circulação sanguínea nos vasos da placenta, sem cordão umbilical e sem feto. A fluxometria é realizada quando se suspeita da presença de um problema de irrigação do feto.
> São perdas vaginais produzidas após o parto. Primeiro são constituídas por sangue, depois adquirem uma cor amarelada e, por fim, branca. São indicadoras de que o útero está a eliminar os resíduos da gravidez e a regenerar os seus tecidos.
> É o proceso de formação dos diferentes tecidos e órgãos. Trata-se da fase mais delicada do desenvolvimento do embrião. Acontece principalmente entre as três e as oito semanas de gestação, aproximadamente. 
> Uma pré-eclâmpsia é uma síndrome que pode surgir durante a segunda metade da gravidez. Manifesta-se em sintomas como hipertensão, inchaço das extremidades e proteinúria (presença de proteínas na urina), e tem causas ainda não totalmente conhecidas.
> É uma hormona indispensável no início e desenvolvimento da gravidez: prepara a mucosa do útero para receber e alimentar o embrião; mantém as defesas imunitárias ajustadas ao organismo materno de modo a evitar a rejeição do embrião; contribui para o relaxamento de movimentos musculares involuntários, prevenindo contrações do útero e possível expulsão do feto antes do final da gestação.
> É uma análise de sangue realizada para averiguar se a futura mãe é imune à rubéola . No caso de se contrair a doença durante o primeiro trimestre, existe a possibilidade do vírus atravessar a placenta e provocar um aborto ou causar malformações no embrião. 
> Entre as semanas 11 e 14, a espessura do fluido acumulado na nuca do feto é medida através de uma ecografia. Esta variável fornece uma estimativa do risco de anomalias cromossómicas. Combinada com o teste duplo ganha 90% de fiabilidade. Hoje em dia este é um exame de rotina efetuado a praticamente todas as grávidas.
X BELEZA X
Permitido ou proibido?
Antes de engravidar usava sem problemas os tratamentos de beleza mais habituais. Pode continuar a fazê-lo? Esclarecemos todas as suas dúvidas!

Pode tomar banhos quentes e duches frios?
> SIM. O banho é algo extremadamente relaxante, especialmente à noite. A temperatura ideal da água ronda os 30-35ºC, estando contraindicadas temperaturas mais elevadas, que poderiam causar problemas circulatórios. O duche tem um efeito energizante, sendo por isso um bom hábito terminá-lo com água fria: aponte o jato para os tornozelos e para os joelhos, pois a temperatura mais baixa portencia a vasoconstrição e combate o aumento de volume das pernas. Pelo contrário, deve evitar que o jato de água fria vá contra a barriga, pois o frio em excesso pode deixar a mãe mais tensa e provocar contrações.
Pode usar os cosméticos do costume? Evite os cremes com derivados de vitamina A, como o ácido retinóico; um fármaco de ação esfoliante e antirrugas que, no entanto, pode ter efeitos teratógenos.O mesmo acontece com os cremes que contêm ácido glicólico em elevada concentração, úteis para a renovação celular mas potenciais causadores de reações cutâneas. De qualquer modo, se um creme contém princípios ativos identificados como contraindicados na gravidez, o fabricante tem obrigação de o indicar na etiqueta. Deve deixar de utilizar cremes depilatórios? Relativamente ao risco de alergia, hoje em dia os produtos comercializados são muito mais delicados do que antes, pelo que a probabilidade de sofrer uma reação cutânea é mínima e afeta, principalmente, as mulheres com predisposição para determinadas irritações de pele. No entanto, por uma questão de precaução, recomendamos usar um produto que já tenha experimentado ou fazer uma prova numa pequeña zona da pele e esperar 24h antes de proceder à depilação. Podem aplicar-se óleos para o corpo? Pode receber massagens num centro de estética? No entanto, o tipo de massagem deve ser suave, como a drenagem linfática por exemplo, também recomendável para as pernas inchadas e pesadas. Evidentemente que estes conselhos se referem a uma gravidez que decorra com normalidade, no entanto, é sempre oportuno pedir a opinião do seu ginecologista. Devem ser evitadas as massagens enérgicas na barriga, e mesmo no abdómen devem limitar-se a pequenos toques, especialmente na reta final, quando mesmo movimentos mais suaves podem provocar contrações do útero. Deve deixar de pintar o cabelo? Pode expor-se a raios UVA? Os raios UVA também têm a capacidade dedespoletar este efeito, para além de que as camas utilizadas para receber os raios UVA emitem um calor intenso, o que provoca vasodilatação temporal o que, por consequência, poderia afetar a circulação das extremidades inferiores, já por si inchadas devido às alterações hormononais e ao peso da barriga. Por fim, a pele está mais sensível durante os nove meses de gravidez.
> SIM. Os produtos cosméticos devem ter um nível limitado de penetração na pele; não podendo ultrapassar as capas superficiais da pele. É precisamente por este motivo que, durante a gravidez, pode continuar a aplicar os cremes que utiliza habitualmente para o rosto, exceto no caso de conterem ingredientes específicos para problemas de pele, como o acne, por exemplo, em cujo caso se consideram medicamentos e não cosméticos.

> NÃO. Os cremes depilatórios desempenham uma função superficial e não são absorvidos pelo organismo, razão pela qual podem ser usados sem problemas durante a gravidez.
> SIM. Não há qualquer inconveniente na aplicação de óleo de amêndoas doces ou de gérmen de trigo, pelo contrário, pois mantêm a pele flexível e hidratada. O seu uso diário é altamente recomendado para prevenir as estrias. Com os óleos essenciais é preciso ter mais cuidado: os princípios aromáticos presentes em algumas plantas contêm substâncias químicas que podem atravessar a placenta e chegar ao feto. Por este motivo, durante a gravidez, os óleos essenciais permitidos só podem ser usados em quantidades muito pequenas: por exemplo, diluídos na água do banho, no creme hidratante ou mesmo no óleo de amêndoas doces ou de gérmen de trigo. Não existe nenhuma contraindicação no uso de algumas gotas da essência no difusor de aromas em casa.
> SIM. As massagens podem ser muito úteis para a mãe, já que ajudam a aliviar as tensões musculares, drenam os líquidos estancados, favorecem a circulação e aumentam a elasticidade da pele.

> NÃO. A maioria das tintas contêm substâncias como o amoníaco e a resorcina que, ao existir predisposição, podem provocar irritações ou sensibilização da pele. Estes problemas são relativamente frequentes nas mulheres grávidas pois, durante os nove meses, a pele é mais sensível, e as possíveis reações poderiam exigir o uso de medicamentos que são preferíveis evitar durante a gravidez. O risco de o feto absorver amoníaco e resorcina é muito baixo, sobretudo tendo em conta que as tintas são aplicadas a nível cutâneo e que os tratamentos não são frequentes. De qualquer modo, durante a gravidez é preferível usar tintas sem amoníaco ou resorcina, de modo a evitar riscos desnecessários ainda que reduzidos. Estas recomendações também se aplicam ao período de amamentação.
> NÃO. Os raios ultravioleta não são nocivos para o feto, que está protegido no útero materno, mas é preferível evitá-los durante a gravidez. Em primeiro lugar porque podem acentuar um problema estético típico da gravidez, as manchas escuras que surgem em algumas zonas do rosto, como o queixo, a testa e os pómulos, também conhecidas como melasma gestacional. Esta situação deve-se ao aumento dos estrogénios, que causam uma densificação dos melanócitos, células produtoras do pigmento escuro da pele.
X NUTRIÇÃO X
10 perguntas sobre alimentação
Comer bem é importante desde o início da gravidez. Porém, deve seguir uma dieta específica durante este período. Quais são os alimentos mais convenientes? É necessário tomar suplementos? Damos-lhe respostas às dúvidas mais habituais.

1. Em quanto aumenta a necessidade de calorias durante a gravidez?
> Durante o primeiro trimestre de gestação, a necessidade de calorias altera-se muito pouco, enquanto que, a partir do segundo trimestre, a futura mãe precisa de mais 300-370 calorias. Traduzido em alimentos, esta não é uma grande quantidade; uma sanduíche com mais 60g para almoçar ou jantar; 200g de iogurte com uma colher de mel e uma banana ou dois pacotes pequenos de bolachas de água e sal com 60g de queijo fresco. Logo, uma maior necessidade de energia não pode ter como consequência o aumento da ingestão de doces ou outros alimentos que devem ser consumidos com moderação.
2. Água com ou sem gás? 3. Carne e peixe: que quantidade e variedade deve consumir? 4. Cereais: porque deve preferir os integrais? 5. Pode beber um pouco de vinho às refeições? 6. Quilos a mais: como os eliminar sem correr qualquer risco? 7. Fruta: é melhor entre as refeições? 8. Temperos: quais são os mais adequados? 9. Os complementos são úteis? A exceção a esta regra é o ácido fólico que, normalmente, requer o consumo de um complemento durante o período anterior à gravidez e nos primeiros meses de gestação. Em relação ao ferro, é o ginecologista quem deve considerar se a mãe precisa de tomar suplementos. 10. Falta de ferro: quais os alimentos que deve escolher? Um dos modos de melhorar a sua absorção consiste em combinar o consumo destes vegetais com frutas ricas em vitamina C (pode, por exemplo utilizar limão, em vez de vinagre, para temperar a salada).
> É só uma questão de gosto, já que o gás não modifica as propriedades da água, apenas a torna mais ou menos apetecível. As borbulhas são agradáveis para o paladar e também exercem uma suave ação anestésica nas mucosas, o que contribui para a saciedade. Também se observou que a água com gás pode ajudar a combater os enjoos típicos do primeiro trimestre. As futuras mães que podem ter algum problema com o gás são aquelas que sofrem de gastrite.
> A carne e o peixe são grandes fontes de proteínas e de ferro, e claro que merecem lugar à mesa da mãe. A carne pode ser consumida entre cinco e seis vezes por semana, o peixe, duas ou três vezes, evitando ultrapassar os 340 gramas semanais. Em relação à escolha de carnes, é conveniente alternar entre carne branca e carne vermelha. A carne de caça deve ser evitada, dada a dificuldade de ser digerida e a sua grande produção de resíduos metabólicos. Quando escolhe peixe, dê preferência ao peixe azul: é rico em proteínas importantes e contém uma grande quantidade de ácidos gordos Ómega 3, especialmente úteis para a gravidez, pois intervêm no desenvolvimento cerebral, na saúde da retina e em muitas funções vitais do bebé. É importante garantir que o peixe é fresco, em caso de dúvida opte por produtos congelados.

> Os especialistas aconselham a optar pelas variedades integrais ou de grão completo, ou seja; aquele que integra as três partes do grão: endosperma, farelo e gérmen. Comparativamente às variedades refinadas, este tipo de cereal tem maior conteúdo em fibra, vitaminas, minerais e substâncias antioxidantes, e menor índice glicémico. A sua inclusão na alimentação ajuda a reduzir o risco de excesso de peso e de obesidade, favorece o trânsito intestinal (mais lento durante a gravidez), previne as doenças cardiovasculares e a diabetes tipo 2, assim como diferentes tipos de cancro do aparelho digestivo.
> O álcool é totalmente inimigo do feto. De cada vez que a mãe bebe, o bebé também o faz, já que o álcool lhe chega através da placenta. Ao contrário dos adultos, o organismo do feto não é capaz de metabolizar o álcool de forma eficaz e, por consequência, permanece exposto aos seus efeitos nocivos durante mais tempo. Estes danos podem ser de natureza diversa: transtorno do desenvolvimento celular e dos órgãos (especialmente o sistema nervoso), problemas neurológicos e crescimento reduzido da cabeça. Nem todas as exposições ao álcool implicam problemas graves na saúde do feto, porém, isto não deve ser motivo para deixar de estar alerta. As autoridades sanitárias advertem para o facto de não se poder estabelecer um umbral de segurança que garanta ausência de danos provocados pelo álcool.

> Se precisa de perder peso, comece por reduzir a quantidade de hidratos de carbono e gorduras. Reduzir não significa eliminar totalmente. As gorduras cumprem funções importantíssimas no desenvolvimento do feto e, ainda que em pequenas quantidades, sempre devem fazer parte da alimentação, com preferência para as gorduras provenientes do peixe e do azeite virgem, evitando os queijos e os enchidos. No caso dos hidratos de carbono, deve reduzir os açúcares simples, ou seja; os doces. Pelo contrário, as massas e o arroz devem manter o seu lugar à mesa, pelo menos uma vez por dia.

> Não, esta é uma convicção sem base científica. O nosso organismo consegue digerir vários alimentos ao mesmo tempo. Como tal, qualquer momento é bom para comer fruta.
> O azeite virgem sem a menor dúvida. A sua composição é diferente e muito mais rica que a do óleo de girassol. Contém, por exemplo, vários antioxidantes (polifenóis e tocoferóis) que protegem o organismo contra os radicais livres, graças ao fornecimento de ácido oleico que mantém o colesterol sob controle. Os benefícios do azeite são ainda mais evidentes durante a gravidez. Não apenas fornece ácidos gordos essenciais para o desenvolvimento do feto como também contém ácido oleico, que tem uma atividade positiva no crescimento dos ossos.

> Uma alimentação variada, que inclua cereais, laticínios, carne, peixe e um abundante consumo de fruta e vegetais é o suficiente para garantir um fornecimento adequado de todos os nutrientes principais.
> Os alimentos com maior conteúdo em ferro são em primeiro lugar a carne, o peixe e os ovos: contêm ferro na sua forma específica (ferro heme), que é facilmente assimilado pelo organismo. Muitas verduras (espinafres, alcachofras) e legumes contam com a sua presença, mas o ferro de origem vegetal é assimilado com dificuldade e em menor quantidade.
XEXAMESX
Radiografias? Apenas se for necessário
Pode submeter-se a um estudo radiológico estando grávida ou é melhor esperar uns meses para evitar possíveis riscos para o bebé? Vamos ver o que dizem os especialistas.

O PERÍODO MAIS DELICADO, O PRIMEIRO TRIMESTRE
> Um acidente, como uma queda, onde se produz uma fratura ou mesmo uma grande dor de dentes podem tornar necessário recorrer à utilização de radiação ionizante, aquilo que conhecemos como “raios X”, o sistema usado para efetuar radiografias e TAC’s, para diagnosticar corretamente o paciente. Existe um protocolo estrito a seguir durante a gravidez para evitar riscos para o feto. A regra geral é simples: os riscos deste tipo de exames estão relacionados com o período da gestação no qual se produz a exposição à radiação, assim como a dose absorvida: máximos no primeiro trimestre, menores no segundo, e mínimos no terceiro.
Nos EUA realizaram-se vários estudos sobre a relação entre exames de raios X e a gravidez. Segundo os dados da International Commission on Radiological Protection, nas primeiras fases da gestação (o equivalente às duas primeiras semanas da conceção; a fase mais delicada, já que muitas vezes a mulher não é consciente do seu estado), o resultado mais provável é o aborto. De duas a quatro semanas após a conceção, quando se produz a organogénese, o risco de malformação é elevado. No entanto, não é necessário alarmar-se. Os efeitos descritos por estes estudos apenas acontecem em doses de radiação muito elevadas, superiores de 10 a 100 vezes àquelas que são utilizadas numa radiografia médica habitual. Trata-se de casos “limite”, como a exposição direta à radiação ou a realização de vários TAC’s seguidos, por exemplo, após sofrer um acidente extremamente grave. Vejamos então alguns exemplos práticos para saber como agir no dia a dia. Uma radiografia panorâmica dos dentes, assim como uma radiografia do pulso, do tornozelo ou de uma extremidade inferior depois de sofrer uma queda, não representa qualquer perigo para o feto. Não existe motivo baseado na ciência que leve a mãe a recear pela saúde do seu filho se deve realizar um dos exames antes mencionados. E a mamografia? Se não for estritamente necessário, é aconselhável adiar este exame para depois do parto. AS PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS Em primeiro lugar é preciso otimizar a dose de radiação: o dispositivo deve ser regulado para emitir a menor quantidade de radiação possível, suficiente, porém, para obter uma imagem que permita efetuar o diagnóstico corretamente. Por esta razão, é importante existir uma colaboração próxima entre o ginecologista, o médico radiologista e o técnico de radiologia. O maior perigo para a futura mãe está relacionado com as radiografias abdominais que podem ser necessárias, por exemplo, quando existem complicações a nível do aparelho reprodutor ou intestinal. Nestes casos, o melhor é avaliar a adequação do exame, uma vez que o benefício deve ser superior ao risco. Uma das precauções importantes é a de restringir, o máximo possível, o campo de radiações a uma zona circunscrita. RESSONÂNCIAS E ECOGRAFIAS
Se uma mulher grávida necessita realmente de efetuar um exame radiológico, é aconselhável tomar algumas precauções.
> Não existem problemas relativamente a danos celulares do feto, porque se trata de radiações não ionizantes, que não alteram a composição das células que já estão formadas. No entanto, a regra do tempo de gestação continua a ser válida para este caso. O primeiro trimestre também corresponde àquele de maior risco. Neste período da gravidez, a ressonância é desaconselhada: os campos eletromagnéticos gerados durante o exame poderiam elevar a temperatura do feto acima do limite de segurança, provocando danos no seu desenvolvimento.
Pelo contrário, em relação às ecografias não existe qualquer risco. De qualquer modo, os médicos sublinham que, exceto em alguns casos, o controle da gravidez deve limitar-se ao protocolo estabelecido para o acompanhamento de rotina, e que o diagnóstico deve ser o estritamente necessário durante a gestação.
XBEM-ESTARX
No carro, sem problemas
O primeiro e terceiro trimestre de gestação são aqueles que implicam um maior risco para o feto em caso de acidente. Saiba como proteger-se, a si e ao bebé que está a chegar.

Durante a gravidez, o cinto de segurança é aconselhável ou é perigoso para o bebé?
> A grávida deve colocar o cinto de segurança quando viaja de carro, tal como qualquer outro passageiro do veículo. No entanto, muitas futuras mães questionam-se sobre os perigos para o bebé. A dúvida deve-se ao facto de que, em caso de acidente, o cinto exerce uma pressão repentina no abdómen e no peito, o que pode provocar danos consideráveis ao feto.
As vibrações e pequenos impactos podem dar inicio às contrações? As viagens longas são desaconselhadas? A mulher pode conduzir durante toda a gravidez? Qual é o sítio mais seguro para uma mulher grávida? No caso de um acidente ligeiro, é necessário efetuar uma ecografia de controlo?
> Os especialistas recomendam o uso do cinto, e também destacam a importância de este ser bem colocado; entre os seios e debaixo do ventre, à altura das virilhas, evitando folgas. No mercado existem dispositivos que permitem manter o cinto nessa posição sem diminuir a sua eficácia. Assim, em caso de acidente, a pressão do cinto é transmitida diretamente às ancas e não à barriga e à placenta, evitando, deste modo, graves consequências. A utilização destes dispositivos é recomendada pelas autoridades de saúde e tráfico, e é especialmente importante em dois momentos chave da gravidez: no primeiro trimestre, quando a quantidade de líquido amniótico ainda é escassa e um choque frontal poderia causar hemorragias por desprendimento da placenta ou inclusive um aborto espontâneo se a futura mãe não estiver corretamente retida pelo cinto; e no último trimestre, quando o tamanho da barriga é maior e por isso é mais incómodo andar de carro. Durante este trimestre, qualquer acidente ou travagem brusca pode causar lesões no feto ou provocar um parto prematuro, devido à pressão que o cinto exerce sobre o abdómen.

> Normalmente não, especialmente se viajar por estradas alcatroadas. Ao contrário de alguns modelos antigos, os carros atuais contam com uma boa suspensão, que minimiza as vibrações e evita muitos incómodos. Pelo contrário, a condução em caminhos não alcatroados ou em muito mau estado, sim, poderá representar um problema.
Não existe nenhuma contraindicação para fazer uma viagem longa de carro durante a gravidez, sempre e quando se divida o percurso em várias etapas, de cerca de uma ou duas horas, e saia do carro para andar um pouco. O perigo das longas distâncias de carro e durante a gravidez é o mesmo que o dos voos longos: permanecer muito tempo com as pernas fletidas e imóveis diminui a circulação sanguínea nas extremidades inferiores e pode provocar distúrbios de retorno venoso que, habitualmente, são mais frequentes durante a gestação. Por esta razão, é preciso planear as pausas durante a viagem, esticar as pernas e andar durante alguns minutos para ativar a circulação. Também é aconselhável que a futura mãe beba muita água durante o percurso, para tornar o sangue mais fluido e combater problemas de circulação.
> No primeiro trimestre, a sonolência, os enjoos e o cansaço fisiológico provocados pela atividade hormonal podem influenciar a rapidez dos reflexos. Durante este período, a futura mãe pode conduzir mas é preferível limitar-se a pequenas distâncias e evitar as horas de ponta e o tráfico congestionado. À medida que a gravidez avança, é mais difícil conduzir dado o volume da barriga. É recomendável que partir da semana 30 a futura mãe viaje acompanhada.
> O sítio mais seguro num carro é o lugar de trás. No caso de haver uma colisão ou uma travagem brusca, o condutor e o copiloto são as pessoas que correm maior perigo. Mesmo assim, os assentos traseiros não são sinónimo de segurança total. Alguns dispositivos, desenhados para colocar o cinto de segurança correctamente durante a gravidez incluem fixações para que a futura mãe também os possa utilizar nos assentos traseiros do carro.
> Claro que sim. Independentemente da gravidade do acidente, é preciso que a mulher se dirija imediatamente às Urgências para que se proceda a um exame de controlo e a uma ecografia, com o fim de despistar consequências para o feto, um possível desprendimento da placenta ou qualquer outra complicação.
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OBRIGADO POR NOS LER
Receberá o próximo número
da revista na semana que vem
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