Outubro 2018-3 | Revista O Meu Bebé

Outubro 2018-3

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Germenes no xixi? Não os deixe escapar!

As infeções urinárias são bastante frequentes nos mais novos, mas nem sempre são fáceis de reconhecer. Explicamos-lhe quais são os sinais a ter em atenção.

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Nas crianças mais pequenas, os sintomas das infeções urinárias costumam levar-nos a pensar em qualquer outro tipo de problema, pelo que, muitas vezes, passam despercebidas. No entanto são muito mais frequentes do que o que se pensa: uma criança em cada 15 já teve este problema pelo menos uma vez, e pensa-se que em 5% dos casos de febre a causa é precisamente essa. Os pediatras recomendam às mamãs que verifiquem a urina do bebé, quando ele está doentinho. Por outro lado, nas crianças com mais de dois anos, já é mais fácil identificar a infeção, uma vez que o pequeno tem dor ao urinar, faz xixi com mais frequência (até mesmo na cama) e tem dores abdominais.

SINTOMAS QUE COSTUMAM SER GERAIS
• As infeções das vias urinárias são as mais frequentes na idade pediátrica a seguir às das vias respiratórias. E a maioria apresenta-se nos primeiros três anos de vida. Devem-se à presença de bactérias (na grande maioria dos casos, a Escherichia coli, presente nas fezes), que sobem da uretra para a bexiga através das vias urinárias (vias urinárias inferiores, ou cistite) e, inclusive, para os rins (vias urinárias superiores, ou pielonefrite).

• Nas crianças com menos de dois anos, estas infeções surgem com sintomas gerais, que pouco têm a ver com a cistite do adulto. Por isso costumam ser difíceis de detetar, em parte porque os sintomas não aparecem ao mesmo tempo. Por conseguinte, é importante que as mamãs saibam reconhecê-las a tempo, para levar a criança ao pediatra e iniciar o devido tratamento o mais depressa possível. Há que recordar que, nos primeiros seis meses de vida, a incidência do problema é mais alta nos meninos, ao contrário do que sucede daí em diante.

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PORQUE DEVEM SER TRATADAS
• Se o bebé não for devidamente tratado, por vezes, a infeção cura-se espontaneamente, mas, noutros casos, ela pode complicar-se ou dar origem a recaídas. Os “ataques” repetidos aos rins podem deixar cicatrizes, a ponto de colocar o tecido em risco. Se as cistites são descuidadas, podem levar a complicações que se manifestam de imediato, com infeções que também afetam os rins e que, por sua vez, podem comportar um risco maior de sofrer de hipertensão, pré-eclampsia e insuficiência renal na idade adulta.

• Se o pediatra suspeita de uma infeção, pode-se decidir por abordar o problema em dois tempos, fazendo uma primeira análise na mesma consulta. Entre os exames diagnósticos de primeiro alcance, ou seja, os que podem ser efetuados num Centro de Saúde, encontramos uma tira que reage em contacto com a urina, e que se costuma usar com os mais velhinhos, que já conseguem fazer xixi no frasco de recolha de urina. Se o bebé ainda é muito pequenino, comercializam-se, hoje em dia, umas novas bandas adesivas que se colam à fralda e que são capazes de detetar a presença de nitritos e leucócitos, sinais de infeção. Quando estes testes têm resultado negativo, podemos descartar a hipótese de infeção das vias urinárias. Pelo contrário, se dão positivo será necessário fazer uma urocultura num laboratório, a fim de identificar a bactéria responsável. Para proceder à análise, deve-se recolher a urina em casa.

COMO RECOLHER A URINA SE O BEBÉ USA FRALDAS
• Para as crianças mais pequenas, a recolha de urina nem sempre é fácil. Um dos motivos é que, para obter resultados fiáveis, é importante que a recolha se faça o mais corretamente possível (recorde-se que, antes de proceder à operação, deve lavar muito bem as mãos, com água e sabonete, e também limpar muito bem os genitais do bebé).

• Há dois sistemas para recolher a urina e a melhor altura para o fazer é logo a seguir às refeições. A amostra deve levar-se para o laboratório o mais rápido possível; só se pode manter no frigorífico durante poucas horas.

Sacos esterilizados pediátricos para recolha de urina 
Existem modelos diferentes para meninos e meninas, que se colocam nos genitais do bebé, adaptando bem o adesivo à zona em volta dos mesmos (cuidado para não introduzir os dedos no interior do saquinho). Depois, coloca-se a fralda, sem apertar demasiado, e vai-se verificando a cada 10-15 minutos se o bebé já fez xixi. Seja como for, é bom que não deixe o saco no interior da fralda por mais de uma hora, e retirá-lo imediatamente se o bebé fizer cocó. Uma vez recolhida a urina (3ml de xixi são o suficiente), a bolsinha deve ser retirada e fechada, fazendo coincidir bem os cantos adesivos. No entanto, este sistema tem um alto risco de dar falsos resultados positivos, uma vez que a bolsinha se pode “contaminar” com muita facilidade.

“Em pleno voo”
Com as mãos limpas, deve lavar bem a área genital do bebé e munir-se de um recipiente esterilizado. Depois de deitar o bebé no mudador, sem fralda, “arme-se” de toda a sua paciência. Assim que o bebé começar a fazer xixi, tem de estar pronta para o recolher no recipiente e fechá-lo em seguida. Este sistema é mais fiável que o da bolsinha, já que apresenta menos riscos de contaminação.

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QUAL É O TRATAMENTO E COMO EVITAR RECAÍDAS
• Para combater as infeções das vias urinárias, que são sempre de origem bacteriana, é necessário um tratamento à base de antibióticos. Será o pediatra a indicar que antibiótico usar, em função do resultado da análise de urina (urocultura). O tratamento dura entre sete a dez dias. Depois, convém repetir a análise, a fim de ter a certeza que a infeção desapareceu.

• Quando a criança estiver curada, a mamã deverá observá-la: se o pequeno voltar a ter febre de origem incerta, trata-se, muito provavelmente, de uma recaída (algo que sucede em cerca de 30% dos casos), e deverá ser tratada o mais rápido possível.

QUANDO HÁ QUE FAZER MAIS EXAMES
• Se a infeção surge em bebés com menos de um ano e causa febre, é normal perguntar-se se existem anomalias anatómicas ou funcionais que a provoquem. Por outras palavras, pode-se desconfiar que se trata de uma malformação ou de um bloqueio do aparelho urinário do bebé. O mais “comum” é o refluxo vesicoureteral: a subida da urina, da bexiga para os rins (a gravidade deste problema varia entre o grau 1, o mais leve, e o 5, o mais elevado).
• Para afastar qualquer dúvida, é preciso fazer uma ecografia aos rins e vias urinárias. Se o resultado for normal, pode descartar a presença de anomalias significativas, refluxos graves, alterações de natureza obstrutiva ou danos no tecido renal.

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5 SINAIS A MANTER SOB CONTROLE
1. FEBRE SEM OUTROS SINTOMAS

Quando a temperatura sobe, é normal pensar, em primeiro lugar, numa infeção das vias urinárias ou em alguma doença exantemática. Também se espera que surjam outros sintomas, como a garganta inflamada, tosse ou manifestações cutâneas. Pelo contrário, se a febre se mantém de natureza desconhecida, não se deve descuidar, esperando que desapareça por si mesma. Não precisa de ser alta; pode tratar-se apenas de uma febrícula breve, e, por vezes, repetida.

2. VÓMITOS OU REGURGITAÇÃO
É evidente que em caso de vómitos ou regurgitação, se deve suspeitar de uma patologia gastrointestinal. Porém, sobretudo nos recém-nascidos e nos lactentes, podemos estar perante uma infeção urinária.

3. FALTA DE APETITE E INTERRUPÇÃO DO AUMENTO DE PESO E DA ALTURA
Quando o bebé é alimentado ao peito, não é fácil percebermos que está a comer menos. Por isso, pesá-lo a cada sete a dez dias é um bom hábito, a fim de detetar uma possível paragem do aumento de peso.

4. DESASSOSSEGO
Um bebé que chora muito, sem motivo aparente e difícil de consolar, em certos casos fá-lo para expressar o mal-estar que sente ao fazer xixi.

5. MAU ODOR DO XIXI
Muitas vezes, não prestamos atenção a este aspecto e, no entanto, trata-se de um sinal importante da presença do problema. Se na fralda é difícil avaliar a transparência da urina, é muito mais fácil sentir o seu odor acre, quase de amoníaco, sintoma da infeção urinária.

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AS REGRAS DE PREVENÇÃO
Na maioria dos casos, as infeções devem-se ao facto de que as bactérias das fezes contaminam a uretra, o pequeno canal que liga o colo da bexiga ao exterior. Enquanto o bebé usar fralda, é claro que este risco estará sempre presente, e é muito difícil de eliminar. Quando a criança já consegue controlar a sua bexiga, deve aprender alguns bons hábitos desde o início.
• Normas de higiene: limpar-se sempre da frente para trás.

• Não “segurar” o xixi: incentive-o a fazer xixi muitas vezes, inclusive no infantário.
• Evitar a prisão de ventre através da alimentação, ingerindo uma quantidade adequada de frutas, verduras e cereais integrais.
• Beber uma boa quantidade de água, em função da idade e das calorias introduzidas: aproximadamente, 800/1000ml, considerando também os líquidos presentes nas frutas e nas verduras.
• Os complementos serão úteis para prevenir as infeções urinárias? Os remédios naturais, como o sumo de mirtilos ou os fermentos lácteos, não são prejudiciais e podem ser utilizados. No entanto, até à data, ainda não existem provas científicas da sua eficácia, pelo que a sua utilidade carece de confirmação.
• E a profilaxia antibiótica, já não é praticada? Só em casos específicos, como uma infeção grave ou na presença de malformações do trato urinário, enquanto se aguarda os exames complementares correspondentes, para obter um diagnóstico mais exato.

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Ouve mal, porquê?…

Os problemas de audição podem surgir em qualquer idade e por diferentes razões. O importante é que sejam detetados a tempo.

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A hipoacusia (défice auditivo) pode aparecer em qualquer idade, mas deve ser diagnosticada cedo para permitir que a criança adquira a linguagem de forma correta. Normalmente, a mamã é a primeira a dar-se conta, quando o filho não reage se algo cai ao chão, ou quando não se interessa pelos sons produzidos pelos objetos em que mexe. Por vezes o problema é detetado aos sete ou oito meses, no período do “lalar”. O pequeno não balbucia porque, simplesmente, não ouve.

AS CAUSAS
• 
Se o problema é de nascença (com uma frequência de um para cada 2000), a hipoacusia pode dever-se a várias causas: fatores hereditários, lesões do nervo acústico, doenças como o sarampo ou a meningoencefalite, ou até lesões da cóclea (no ouvido interno), como as que são provocadas pela rubéola (doença que, quando é contraída no primeiro trimestre da gravidez pode afetar o bebé).

• A hipoacusia também pode ser causada por uma carência de oxigénio ao nascer (hipoxia) ou pela icterícia, ou seja, a acumulação de bilirrubina que dá à pele um tom amarelado e que, em casos extremos, pode provocar danos deste tipo.
• Se o problema aparece só depois de nascer, deve-se, na maior parte dos casos, a uma obstrução: a criança pode ter metido um pequeno objeto no ouvido, ou então tem muco a obstruir o ouvido médio.

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EXAMES ESPECÍFICOS
• As otoemissões acústicas: são sons emitidos ativamente (e espontaneamente) a partir da cóclea na sequência de uma estimulação. A sua ausência indica problemas no ouvido interno. Uma sonda no ouvido externo da criança envia breves impulsos. A cóclea responde e um aparelho recolhe os sinais. Este exame já faz parte da monitorização neonatal em muitos hospitais.

• Os potenciais evocados auditivos: são enviados impulsos ao cérebro e, mediante um eletroencefalograma, registam-se as suas respostas. Este exame não é doloroso nem invasivo, e o pediatra só o solicita quando tem suspeitas de uma verdadeira surdez profunda.
• A audiometria: utiliza-se nos casos de otite média ou de patologias do ouvido médio. Avalia o estado do ouvido e revela se existe uma obstrução ou se o nervo acústico não funciona. É feita a partir dos cinco, seis anos, e requer a colaboração da criança. Consiste em colocar-lhe uns auriculares e enviar-lhe estímulos sonoros, à vez, para o ouvido esquerdo e direito. A criança deve responder aos estímulos indicando de que lado os ouviu.
• A impedanciometria: é um exame que avalia a transmissão do som. Revela o nível de flexibilidade do tímpano e se existe mucosidade acumulada no ouvido médio. Graças à tecnologia disponível hoje em dia, este exame pode realizar-se facilmente até mesmo nos Centros de Saúde.

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COMO AGIR CASO A CASO
• Perante a presença de um corpo estranho, o objeto deve ser retirado o mais rápido possível num serviço de Urgências.

• Em caso de estancamento de muco (frequente nas crianças com rinite ou com adenoides inchadas), intervem-se, em primeiro lugar, tratando de descongestionar o ouvido, sem recorrer a antibióticos, sempre que possível. Se a mucosidade não está infetada por bactérias, trata-se de uma otite média exsudativa (ou com derrame). Pelo contrário, se está infetada (a febre assim o indica), já falamos numa otite média aguda. É preciso recorrer a antibióticos em caso de otite purulenta (no exame visual, observa-se que o tímpano está perfurado), a fim de evitar maiores complicações. Se não for assim, o tratamento deve ser dirigido à sintomatologia apresentada pela criança, sempre por indicação pediátrica.
• Para os casos de surdez acentuada, hoje em dia, existem próteses discretas, que não prejudicam a vida social da criança.
• Se a surdez é total, pode-se recorrer a um implante coclear, realizado por profissionais competentes.

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9 dúvidas sobre a FEBRE

Quando a temperatura da criança sobe, os papás colocam-se perguntas sem fim. Os nossos especialistas respondem às mais frequentes

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1 Quando é preciso levá-lo ao pediatra?
Quando, desde o primeiro dia, o seu filho tem sintomas que levam a pensar numa doença mais séria: dificuldade em respirar, gânglios da garganta inchados, ou falta de apetite, por exemplo.

Existe uma altura melhor para tirar a temperatura?
A febre pode ser muito diferente de uma criança para outra, e também em função do gérmen que a provocou. Normalmente, a temperatura sobe ao fim do dia, mas isto não quer dizer que seja sempre assim. A medição da temperatura devia ser feita no momento em que nos apercebemos que algo não está bem. Para a medir nos dias seguintes, pode pôr o termómetro duas ou três vezes ao longo do dia (por exemplo, de manhã, à tarde e à noite). O facto de medir a temperatura antes ou depois das refeições, do banho, ou depois de uma brincadeira muito ativa, não altera o resultado de forma significativa.

Quando se considera que a febre é alta? Representa algum perigo para o pequeno?
A temperatura é considerada elevada quando ultrapassa os 38,5-39ºC. Por si só, uma temperatura alta não constitui perigo para a criança. Trata-se apenas de um sintoma que indica que algo não está a funcionar no organismo. E mais, a subida da temperatura também desempenha um papel importante: faz com que o ambiente se torne “inóspito” para vírus e bactérias.
Mais do que esforçar-se para fazer baixar a febre, seria necessário identificar a sua causa.

Qual é o antitérmico mais adequado para a idade pediátrica?
Existem dois, mais ou menos equivalentes: o paracetamol e o ibuprofeno. O ibuprofeno, além de ser um antitérmico, é também anti-inflamatório, pelo que pode ser um pouco mais eficaz ao proporcionar alívio quando, além de febre, há outros sintomas que fazem pensar num quadro inflamatório, como a dor de garganta ou de cabeça. De qualquer modo, não há inconveniente em alterná-los (dando-lhe um e, na seguinte administração, o outro), a fim de potenciar a eficácia de cada medicamento. Depois, poderá continuar o tratamento com aquele que parecer dar mais alívio ao seu filho.

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Em que casos se administra o antitérmico e ao fim de quanto tempo deve fazer efeito?
Como regra geral, aconselha-se que o faça quando a temperatura é superior aos 38,5ºC. O efeito do fármaco deve começar a notar-se passada uma meia-hora. No entanto, como já foi dito, a febre é um sintoma e não uma doença. Só faz sentido dar o medicamento à criança se esta se sente mal devido à febre alta (mal-estar generalizado, abatimento ou dor de cabeça). E é importante lembrar-se que o antitérmico não ajuda a “curar mais depressa”. Nas crianças mais pequeninas (com menos de seis meses), pode ser difícil para os pais interpretar os sintomas e adivinhar a causa da febre alta. Por isso, é melhor informar o pediatra, para que avalie a necessidade de examinar melhor a criança.

Qual é a apresentação mais adequada?
Se a criança tem enjoos ou vomita, é preciso recorrer ao supositório. Caso contrário, é preferível a apresentação oral (gotas, para os mais pequenos, e xarope, para os maiores de um ano), que assegura uma melhor absorção.

Deve-se usar antibióticos?
A maioria das doenças febris são de origem vírica. Por isso, é inútil administrar um antibiótico. Este medicamento só é necessário se o pediatra, além da febre, também suspeita estar perante uma infeção bacteriana (por exemplo, uma amigdalite ou uma otite).

Porque é que a aspirina é contraindicada?
Está provado que, nas crianças, este fármaco pode causar efeitos secundários que arriscam mesmo ser muito graves (como a síndrome de Reye, que acarreta danos significativos para o cérebro e o fígado). As sociedades científicas pediátricas internacionais desaconselham o seu uso antes dos 18 anos.

Se tem febre alta, o pequeno deve ficar na cama?
Convém que fique na cama apenas se se sente cansado ou abatido, e, neste caso, será ele próprio a querê-lo. Pelo contrário, se quer brincar ou andar pela casa, deve permiti-lo: quer dizer que o seu organismo suporta bem o sintoma; por conseguinte, mantê-lo na cama seria uma imposição inútil.

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Estar na linha, de barriga

Não é um convite para ficar perfeita de biquíni, mas sim para seguir uma dieta saudável para si e para o seu bebé.

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Muitos estudos provam que o aumento de peso na gravidez pode ter repercussões na saúde do bebé. Ganhar poucos quilos nos nove meses pode ser a causa de baixo peso ao nascer, com uma menor resistência do bebé a problemas e doenças durante o primeiro ano de vida. Pelo contrário, um aumento exagerado de peso não só obriga a um maior esforço para levar a cabo a gestação, mas também pode desencadear o risco de sofrer de doenças como a pré-eclampsia ou a diabetes gestacional, que, por sua vez, podem implicar problemas para o bebé, e dificuldades e riscos acrescidos durante o parto.

UM BOM PEQUENO-ALMOÇO
Por mais estranho que pareça, o primeiro conselho para controlar o peso mais facilmente não é uma proibição, mas sim um convite a comer mais.
Quando? Ao pequeno-almoço! A primeira refeição do dia, mesmo não sendo a mais abundante, é, sem dúvida, a mais importante para iniciar a jornada alimentar de forma equilibrada.
• Nada mais errado que saltar ou reduzir o pequeno-almoço pensando que, assim, estará a poupar calorias. Pelo contrário, um pequeno-almoço insuficiente aumenta a tendência para peso em excesso, porque quebra o ritmo regular da fome e da saciedade.

• Porém, qual é o pequeno-almoço ideal para a futura mamã? Sempre que possível, um bom copo de leite ou um iogurte, uma porção normal de cereais (40gr) ou de outras fontes de carboidratos (pão, tostas, biscoitos, etc.), uma porção de fruta da época, dois ou três frutos secos (nozes, amêndoas ou avelãs) e um sumo ou um grande copo de água.

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COMER SEIS VEZES AO DIA
No nosso organismo, as sensações da fome e da saciedade são reguladas por um centro específico que obedece aos diferentes estímulos químicos e nervosos. O ideal é conseguir manter sempre um equilíbrio adequado entre as duas sensações, evitando ataques de fome ou refeições demasiado copiosas. Está provado que, perante a mesma quantidade de calorias ingeridas, engorda menos quem consegue distribuir esse consumo de forma regular ao longo do dia do que aqueles que concentram a sua ingestão em refeições fartas ao almoço e ao jantar. Por isso, para a futura mamã, o dia não se deve dividir em cinco, mas sim em seis refeições ligeiras (pequeno-almoço, um snack a meio da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia), para ajudar a manter o peso sob controle.

3 OPTAR POR ALIMENTOS DE BAIXA DENSIDADE CALÓRICA
No que respeita à escolha dos alimentos, se pretende travar o aumento de peso, é importante apostar nos de baixa densidade calórica, ou seja, os que, pela sua composição, fornecem poucas calorias, mesmo que se comam em grandes quantidades. Dois exemplos claros: o chocolate é um alimento de alta densidade calórica, porque basta um pedaço de apenas 10gr (praticamente, uma onça) para consumir a bela quantidade de 50 calorias! Pelo contrário, o funcho tem uma densidade calórica muita baixa: para atingir as 50 calorias do quadradinho de chocolate, teria de comer mais de meio quilo deste produto. Para ter uma ideia geral, lembre-se que os alimentos de menor densidade calórica são as verduras e as frutas (por seu lado, ricas em fatores vitamínicos e protetores). Pelo contrário, as gorduras são verdadeiras bombas calóricas (uma colher de azeite virgem proporciona mais ou menos as mesmas calorias que um quilo de curgetes), tal como os alimentos ricos em gorduras (queijos e enchidos, por exemplo), seguidos dos açúcares, que não se encontram apenas nos doces, mas também no amido da massa e do pão.

FIBRA PARA REDUZIR O ÍNDICE GLICÉMICO
Para não aumentar demasiado de peso, é muito importante evitar que o teor de glicose no sangue, a chamada glicemia, não suba rapidamente após as refeições. Para o conseguir, um dos métodos mais eficazes é certificar-se de que no prato há sempre uma boa quantidade de fibra, capaz de retardar a absorção dos hidratos de carbono. Comer cereais, pão e massas integrais é sem dúvida um hábito excelente, mas também é bom que se habitue a começar as refeições com um belo prato de verduras cruas. Além de baixar a glicemia, proporcionam uma grande sensação de saciedade.

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BEBA MUITA ÁGUA
Durante a gravidez, é mais importante do que nunca manter um equilíbrio hídrico adequado, tendo em conta que a necessidade de líquidos aumenta bastante. No entanto, os líquidos podem constituir uma fonte de calorias significativa no equilíbrio da dieta diária. Por exemplo, os sumos de fruta, mesmo os que não contêm adição de açúcar, fornecem uma quantidade de calorias bastante considerável (um copo de sumo de ananás contém cerca de 60kcal). E se também pensarmos nas bebidas açucaradas, o número aumenta: uma lata de refresco tem uma média de 130-140kcal. A melhor bebida?… A água! É a mais natural e não tem calorias.

MASTIGUE LENTAMENTE
Enquanto comemos, ativamos uma série de mecanismos que precisam de algum tempo para nos saciar. Se formos demasiado vorazes e comermos muito depressa, o estômago enche mais do que devia, sem termos dado tempo suficiente ao organismo para se dar conta desta sensação. Pelo contrário, comer lentamente e mastigar cuidadosamente não só nos sacia antes, como também facilita a digestão.

ATENÇÃO AOS MODOS DE COZINHAR!
O valor calórico de um mesmo alimento varia muito em função do modo como é cozinhado. Assim, se 150gr de carne grelhada têm cerca de 140 calorias, a mesma carne, panada e frita, fornece até 300 calorias. Em geral, deve reduzir todas as formas de cozinhar que impliquem a adição de ingredientes e molhos de base gorda. Para a mamã, são perfeitos os assados, os grelhados, os cozidos, a cozedura ao vapor e os salteados, mas com pouco óleo e numa frigideira antiaderente.

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POUCO, MAS DE TUDO
Um erro a evitar é eliminar categorias completas de alimentos porque se pensa que engordam. Se bem que seja preferível optar pelos alimentos de baixa densidade calórica, a principal fonte de energia da dieta continuam a ser os hidratos de carbono: massa, pão e cereais são alimentos fundamentais. Também não se deve eliminar as gorduras por completo. É verdade que fornecem muitas calorias, mas, na gravidez, são indispensáveis para a formação dos tecidos do feto, em particular os nervosos e os cerebrais. Neste sentido, é bom escolher as gorduras adequadas: uma boa colher de azeite virgem por dia não pode faltar. Também a gordura do peixe é benéfica: 300gr por semana é a quantidade ideal para a futura mamã.

NÃO ÀS DIETAS MILAGROSAS
Ainda que tenha de manter o peso controlado, as dietas caseiras são completamente desaconselhadas, inclusive as mais ou menos famosas, que prometem emagrecer muito em pouco tempo. Não se pode esquecer que a alimentação durante a gravidez não só serve para garantir que a mamã chega ao parto em boas condições, mas também deve proporcionar ao bebé tudo o que necessita para se desenvolver bem. Este é o motivo pelo qual, quando se espera um bebé, não só aumenta a necessidade de energia, como também a de consumir determinadas substâncias, como as proteínas e o ferro, que devem ser asseguradas em quantidade suficiente, ainda que o objetivo seja controlar o aumento de peso.

OBRIGADO POR LER
O MEU BEBÉ

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