
XNUTRIÇÃOX
10 alimentos por descobrir
Vamos percorrer um verdadeiro arco-íris de cor através de dez alimentos ancestrais, exóticos e tradicionais, que contribuem para uma alimentação saudável da criança e constituem um concentrado de nutrientes e sabor.

1 ROMANESCO
Este híbrido, entre os brócolos e a couve-flor, possui excelentes propriedades antioxidantes. Em relação à sua prima branca, contém a valiosa clorofila, para além de uma grande quantidade de vitamina A, vitamina C, potássio, ferro, magnésio, zinco, selénio e manganésio.
Como utilizar
As suas finas protuberâncias são cozidas, inteiras e a vapor, e temperadas com azeite virgem e limão.
Versão baby
Em puré, para acompanhar pratos de peixe ou como ingrediente de pizzas e empadas.
2 ROMÃ
Surpreendente, com os seus grãos como rubis transparentes, é rica em antocianinas e flavonoides, antioxidantes potentes, capazes de proteger as células do organismo em crescimento.
Como utilizar
A sua casca conserva-a durante muito tempo. É um fruto bastante adequado para enriquecer as saladas de fruta, e também as saladas com arroz, peixe e frango.
Versão baby
Não é fácil oferecê-la aos mais pequenos, mas funciona bem como bebida aromática e colorida e pode usar um espremedor de cítricos normal.
3 LENTILHAS VERMELHAS
São um concentrado de proteínas vegetais, sem gorduras saturadas e colesterol, ricas em ferro, ácido fólico e fibra leve, que favorece o funcionamento intestinal.
Como utilizar
Lavar as lentilhas secas e deixá-las de molho durante umas horas para que se tornem mais fáceis de digerir.
Versão baby
Trituradas, para preparar um puré cremoso (com uma colherada de iogurte grego), aromatizado com especiarias e alho. Combine-as com cereais, especialmente arroz agulha ou arroz vaporizado, cenouras (vitamina A), couve e espinafres para fornecerem cálcio.

4 CENTEIO
Uma farinha rica em minerais, como: magnésio, potássio, fósforo e cálcio.
Como utilizar
O centeio pode ser encontrado no pão, em papas de cereais e algumas massas. Também pode ser misturado com outros tipos de farinha para fazer pão caseiro. Possui um efeito saciante.
Versão baby
O pão, muito aromático, combina perfeitamente com queijo, fruta fresca e frutos secos (nozes, avelãs, amêndoas). As papas de cereais e as massas garantem uma refeição equilibrada quando combinadas com nabiças, couve, espinafres ou batatas com um toque de manteiga fresca ou queijo de montanha.
5 ABACATE
É a fruta mais nutritiva de todas; concentra energia livre de colesterol; contém ferro, vitaminas E e B6; várias e abundantes proteínas vegetais.
Como utilizar
Triturado e misturado com limão pode ser barrado em pão, de preferência integral ou de centeio. Pode ser combinado com carnes brancas e arroz. Se lhe adicionar um pouco de alho, cebola, tomate e pimento, terá guacamole para toda a família.
Versão baby
A sua suavidade e consistência cremosa é bastante adequada para as crianças que demonstram pouco interesse pelos alimentos. Também é indicado nos casos de constipação e dor de garganta, já que se pode comer frio.

6 CURCUMA
Trata-se de uma especiaria de sabor delicado e que possui propriedades antioxidantes. É digestiva, regula a circulação do sangue e ajuda a prevenir as constipações.
Como utilizar
A cor amarelo-dourado que a caracteriza é semelhante à do açafrão, ainda que seja muito mais económica. É um dos ingredientes do caril, de modo que funciona bem quando pretende dar mais cor aos guisados de frango, peixe, e mesmo arroz e batatas.
Versão baby
Pode juntá-la à sopa de verduras para lhe dar cor e brilho, e também usá-la nas sobremesas, especialmente as que levam frutos secos ou cristalizados.
7 SEMENTES DE SÉSAMO
Extremamente versáteis à mesa, são também uma fonte vegetal de cálcio, fósforo, ferro, manganésio, zinco e selénio.
Como utilizar
Ao pequeno-almoço, misturadas com iogurte ou muesli. Podem ser adicionadas à massa do pão ou utilizadas como decoração.
Versão baby
Pode espalhá-las sobre queijo fresco para que a criança aprenda a apreciar a sua textura estaladiça. O tahini, procedente do Oriente Médio, é um molho feito à base de sésamo e pode acompanhar as famosas almôndegas vegetais, falafel, e verduras grelhadas.

8 SEMENTES GERMINADAS
Sementes de cereais, legumes e verduras que podem ser plantadas em casa, num germinador.
Como utilizar
Para as crianças é verdadeiramente fascinante vê-las crescer. A planta nasce com o mesmo espectro vitamínico e a mesma quantidade de oligoelementos minerais (muito assimiláveis) que a planta adulta.
Versão baby
Utilizar sementes biológicas de ruibarbo vermelho, brócolos, cebola, couve roxa, lentilhas, trigo ou rabanete. Os germinados podem comer-se frescos ou com saladas, sopas e omeletes.
9 LÁCTEOS DE CABRA
O leite de cabra é especialmente importante pelo seu conteúdo em micronutrientes e ácidos gordos, extremamente digeríveis, como tal, podem constituir um bom substituto ao leite de vaca.
Como utilizar
O requeijão e os queijos de cabra são bem tolerados, inclusive por quem sofre de problemas intestinais com os derivados do leite de vaca.
Versão baby
A consistência cremosa deste tipo de lácteos torna-os ideais para barrar em pão e para acompanhar verduras com textura intensa (aipo, funcho, cenoura, etc.). Também com nozes, avelãs ou sementes de sésamo, e podem ser combinados com alimentos doces, juntando-lhe uma colherzinha de mel e pedaços de maçã ou pêra.
10 QUINOA
É um falso cereal (trata-se de sementes), com origem na época dos Incas. É rico em fibra, fósforo, magnésio e zinco.
Como utilizar
É semelhante ao painço e um bom componente para pratos vistosos. Extremamente digestivo, ideal nas saladas e doces. Por outro lado, durante séculos foi um alimento utilizado na proteção da saúde do povo Inca.
Versão baby
Em salada, com limão e abacate ou frutas doces como o alperce e o pêssego, com queijo de cabra a acompanhar, ou misturado com curgete e pimento.
XDESENVOLVIMENTOX Primeiros passos (entre a aventura e o medo) Esta é uma etapa importante para a criança, e requer uma boa dose de paciência e constância, tanto dos pais como dos filhos. Vejamos como pode ajudá-lo. Quando, por volta do ano de idade a criança começa a andar, os seus passos inseguros indicam um distanciamento dos pais, de modo físico mas também simbólico. São as primeiras experiências na conquista da independência, portanto, devem ser incentivadas e apoiadas e sem excessiva ansiedade. Por outro lado, é importante demonstrar a esse pequeno explorador que ele pode sempre voltar ao refúgio e segurança dos braços dos pais. Explicamos-lhe como pode acompanhar as primeiras tentativas do seu filho; como reduzir a insegurança dele e a sua ansiedade. O QUE FAZER O QUE NÃO FAZER Caminhar estimula o cérebro

• Por volta dos 8-10 meses, começa a manifestar-se a capacidade de andar. A criança põe-se em pé, apoiando-se em tudo o que encontra no seu caminho: sofás, cadeiras, camas… Uma vez conquistada a posição erguida, começa a deslocar-se lateralmente, sempre apoiando-se com as mãos. Assim, adquire cada mais coordenação e equilíbrio. É o momento de a deixar experimentar, incentivando-a e manifestando orgulho pelos seus progressos. A criança deve poder exercitar a sua curiosidade natural e andar até àquilo que a atrai, sem demasiada inibição ou ansiedade.
• Quando a criança se põe em pé sozinha, por vezes tem o problema de não conseguir voltar a sentar-se. Pode ensinar-lhe a confiar no seu corpo, como por exemplo que ao fletir os joelhos a “aterragem” será mais suave.
• Agora que a criança já se move com mais liberdade, é preciso eliminar todos os perigos que estejam ao seu alcance. É necessário criar um ambiente que seja estimulante e, ao mesmo tempo, com a devida proteção frente a possíveis perigos. Observe a casa com atenção, o seu olhar vigilante e crítico irá ajudá-la a ver o espaço como o imagina uma criança, vendo cada objeto como um modo de subir de um lado para outro, utilizando-os como um apoio.
• Ainda que seja importante criar um espaço seguro para as suas primeiras explorações, por exemplo, tapando todas as partes dos móveis em que se pode magoar, os obstáculos não devem ser totalmente evitados. É bom que a criança aprenda a enfrentar e a superar as suas primeiras dificuldades. Aprender a andar não é apenas um ato motor, mas também representa uma etapa de amadurecimento psicológico que torna o seu filho mais autónomo e seguro de si mesmo.
• É importante que o bebé se possa mover com uma certa liberdade desde muito cedo. O instinto de exploração do ambiente é comum a todas as crianças. Ao ser excessivamente travado pode levar a criança a ter um comportamento passivo e inseguro em relação ao mundo exterior, sentindo que este é uma fonte de perigos.
• As quedas são a coisa mais normal do mundo. Quando sucedem, em vez de correr para auxiliar a criança e perguntar-lhe se se magoou, o melhor é incentivá-la para que volte a tentar: este é um mecanismo que a faz ganhar confiança em si própria, esquecendo os medos e as inseguranças inúteis.
• A ansiedade não deve estabelecer-se. Se a mãe não consegue controlar esse sentimento, pode pedir ajuda a outras pessoas, principalmente ao pai. O seu papel é precisamente o de facilitar o distanciamento da criança para que esta possa explorar o mundo exterior. Se a mãe tende a inibir determinados movimentos do filho, como descer do sofá ou descer escadas, por exemplo, o pai, por sua vez, pode explicar ao seu filho como fazê-lo em segurança.
Já muitos estudos concluíram que, durante os primeiros anos de vida, o desenvolvimento do pensamento e da capacidade de concentração e observação da criança dependem muito dos movimentos. Quanto maior for a sua liberdade de exploração, mais se estimula e mantém a capacidade de aprendizagem. Durante a infância, a capacidade motriz apoia o progresso cognitivo, já que faz parte de experiências de vários tipos que depois são traduzidas em impulsos psicológicos e intelectuais. Qualquer tipo de sucesso ou fracasso ao realizar um movimento, contribui para gerar novas ideias e para sensibilizar as capacidades mentais.
XPERGUNTA SOBREX Anemia infantil Segundo um estudo recente, oito de cada dez crianças apresentam carência de ferro mesmo nos primeiros meses de vida. Vamos ver como se pode equilibrar a sua alimentação para evitar este risco. 1 Diz-se que as crianças comem demasiada carne, mas, como se explica esta carência? 2 Como deve ser a alimentação da criança até aos três anos? 3 Se os pais forem vegetarianos, o peixe e a carne devem estar presentes na alimentação da criança durante os primeiros anos?

Sim, em geral, as crianças têm uma excessiva presença de carne na alimentação, do ponto de vista da quantidade. Não obstante, tal como adverte a Organização Mundial da Saúde (OMS), para garantir a necessidade de ferro diária, teríamos de comer uma enorme quantidade de carne. Como tal, para cumprir a necessidade deste mineral é preciso equilibrar as diferentes fontes de ferro. Deve ter em conta que este mineral é indispensável para um correto desenvolvimento, e não apenas físico mas também cognitivo. A sua carência pode aumentar o risco de sofrer anemia, infeções, atrasos no crescimento e problemas a nível do desenvolvimento psicomotor.
Até aos seis meses não há qualquer problema: este mineral encontra-se no leite da mãe e de forma biologicamente disponível. Os leites de fórmula infantis também possuem uma quantidade de ferro adequada. Na dieta posterior é preciso manter um equilíbrio dos nutrientes: a carne deve ser alternada com peixe, usando legumes e verduras ricas em ferro, e usando o limão, por exemplo, como tempero rico em vitamina C.
Não, os legumes também fornecem o ferro necessário, assim como outros alimentos da dieta vegetariana, como o gérmen dos cereais e diferentes verduras. No entanto, a alimentação omnívora cria mais oportunidades de proporcionar o ferro necessário à criança. A partir do primeiro ano de vida pode introduzir alimentos com suplemento de ferro mas, evidentemente, sempre num contexto de dieta equilibrada.
XGRAVIDEZX A sua gravidez, plena, com o mindfulness A gravidez é um período extremamente dinâmico a nível de crescimento e desenvolvimento, e representa grandes desafios físicos e psicológicos para uma mulher e para o seu companheiro. O modo como os pais os enfrentam pode afetar a sua saúde e a dos filhos, que estão em formação e crescimento. O mindfulness tem cerca de 2500 anos de vida e surgiu na filosofia oriental, ainda que tenha avançado rapidamente pelo Ocidente. Jon Kabat Zinn, biólogo molecular, começou a difundi-lo na década de 1970, e desde 1979 que o Centro Médico da Universidade de Massachusetts, em Worcester, Estados Unidos, oferece o seu “Programa de Redução de Stress baseado no mindfulness (REBM)”. Atualmente, este programa desenvolve novas abordagens, combinando o mindfulness com outros tipos de terapia, de modo a adaptar a sua aplicação a pessoas com necessidades específicas. EM QUE CONSISTE? O QUE É A ESSÊNCIA DO MINDFULNESS? Pema Chödrön (2001) OBRIGADO POR LER
Explicamos-lhe o que é a atenção consciente, o mindfulness, e como esta técnica pode ajudá-la a enfrentar os novos desafios da maternidade com menos stress.

Herdamos dos nossos pais e avós a crença de que a felicidade não é possível de forma imediata. Habitualmente, as gerações anteriores viviam a sua vida acreditando que a felicidade só poderia existir no futuro, e, por essa razão, aprendemos a correr quando somos pequenos.
• Mindfulness não é mais que o estar conscientemente presente, aqui e agora, compreendendo o que sucede com uma atitude aberta e amável, sem julgar, ignorar ou deixar-se arrastar pela azáfama dos dias.
• A evidência científica conclui que a prática do mindfulness permite escolher aquilo em que concentramos a nossa atenção, o que constitui um ponto importante nesta nova fase de transição, que pode melhorar o seu bem-estar psicológico e a satisfação de viver a maternidade/paternidade. Perante os conflitos, sejam grandes ou pequenos, é positivo focar a atenção no presente. Ao parar, poupa-se energia sem ficarmos presos a hábitos baseados em pensamentos distorcidos sobre a nossa experiência ou exigência como pais.
• A metodologia do mindfulness é prática, e baseia-se em exercícios formais e informais. A prática formal consiste em usar o tempo necessário para permanecer em silêncio; sentada, deitada ou de pé, mas centrando-se na respiração, nos sons e sensações corporais, nos pensamentos e emoções gerados nesse momento, e através de exercícios de yoga. A prática informal diz respeito às atividades diárias, e à concentração na respiração que efetuamos durante as mesmas.
Talvez possa ser resumida no seguinte texto:
“A meditação trata de ver claramente o nosso próprio corpo e mente, as situações que nos rodeiam, e as pessoas que estão presentes na nossa vida: o modo como reagimos a tudo isto. Trata-se de ver as nossas emoções e pensamentos no preciso instante que vivemos, neste quarto, nesta cadeira, e trata-se, sobretudo de não deixar que essas emoções/pensamentos desapareçam, de não pretender ser melhor do que somos, mas sim olhar-nos com objetividade e ternura”.
O MEU BEBÉ
Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

Comments are closed, but trackbacks and pingbacks are open.