Junho 2017-3 | Revista O Meu Bebé

Junho 2017-3

Junho 2017-3

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DESENVOLVIMENTO

A liberdade a seus pés

Enterrar os pés na areia, caminhar sobre a relva, subir aos pés do papá… São novas descobertas que oferecem estímulos inesperados a um bebé que dá os primeiros passos. E que ajudam a corrigir eventuais defeitos de postura.

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TÃO FIXE, ANDAR NA AREIA!
Caminhar sobre a areia dá muita confiança à criança: cai e não se magoa! Desta forma, além disso, desenvolve-se o arco do pé, que lhe dá forma, e estimula-se uma atividade muscular correta. Se a criança, além disso, caminha junto ao rebentamento das ondas, passar do seco para o molhado, do frio para o calor, reforça os vasos sanguíneos e melhora a circulação.

PÉS SAUDÁVEIS!
Gorduchos, macios e tão bonitinhos… Apetece comê-los! No entanto, ao vê-los assim gordinhos, muitos pais perguntam-se “E se tem o pé chato?” O que os faz parecer chatos é a camada de gordura subcutânea que têm no arco do pé, que até aos três anos ainda não está completamente formado. Por isso, só se deve começar a pensar em eventuais tratamentos corretores a partir desta idade, sempre que o especialista ache necessário.

PEDRINHAS
Caminhar sobre pedrinhas planas e lisas estimula os terminais nervosos dos seus pezinhos. Uma autêntica massagem na planta dos pés que vai beneficiar todo o seu corpo!

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SOBRE OS PÉS DO PAPÁ
Manter o equilíbrio sobre os pés do papá fará com que o seu filho se sinta um valente capitão. E vai-lhe parecer que dá passos de gigante, como os crescidos! Permita-lho: é uma ótima maneira de lhe transmitir segurança, desde pequenino.

DESCALÇOS NA RELVA
Não há nada melhor que a relva para estimular a criança e por à prova a sua capacidade de perceção. No início, vai achar que pica um bocadinho, mas, quando ganhar confiança, vai adorar a sua frescura e suavidade. Se o seu filho ficar incomodado por caminhar na relva e lhe pedir colo, sente-se com ele e proponha-lhe um jogo. Por exemplo, apanhe uma pedrinha com os dedos dos pés e passe-a de um pé para o outro, ou tente equilibrá-la sobre ambos os pés. Depois… ajude o seu pequenino a fazer o mesmo!

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SAÚDE

A conquista do bacio

A chegada do bom tempo é o pretexto ideal para tirar a fralda ao bebé. No entanto, são necessários alguns truques e um pouco de paciência.

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Quando falamos de educar as crianças, é importante sempre o mesmo princípio: nem demasiado cedo, nem demasiado tarde.

Esta regra também se aplica à conquista do bacio. Tal como no resto dos marcos importantes do seu desenvolvimento psicofísico, o trunfo será adaptar os conhecimentos científicos sobre o tema ao nível da evolução individual da criança e aos hábitos específicos do seu ambiente familiar. O êxito da operação é tanto mais fácil e rápido quanto mais tranquilo for o ambiente em que se desenrola, sem excessos nem rigidez. A chegada do bom tempo é a ocasião ideal para enfrentar os incómodos que o uso do bacio vai implicar.

QUANDO É O MELHOR MOMENTO
A idade em que a criança desenvolve as condições necessárias para aprender a controlar os estímulos é por volta dos 20 meses, quando o controlo dos esfíncteres anais e vesicais coincide com o amadurecimento da musculatura voluntária. Também existem outros indicadores a ter em conta para saber se chegou a altura certa: se a criança é capaz de subir e descer escadas, se consegue empilhar, no mínimo, três cubos, se consegue segurar um lápis ou agarrar pequenos objetos. No início, o bacio vai-lhe parecer um brinquedo, um objeto desconhecido para explorar, até se transformar num hábito e a criança ganhar consciência, pouco a pouco, de que pode controlar o estímulo.

COMO DEVEMOS AGIR
Também é preciso ter em conta os aspetos psicológicos desta nova conquista. A capacidade de controlar o cocó e o xixi também depende da intensa sensação de prazer que a criança sente na fase de expulsão e retenção. É nesta etapa que, pela primeira vez, se apercebe de que se está a produzir uma atividade interna no seu corpo e sente-se orgulhosa dos seus resultados e da sua capacidade de os controlar. Neste processo, será determinante a atitude do adulto que deverá mostrar-se paciente e equilibrado. Nada de excessos nem de triunfalismos perante a tão esperada produção. Também não deve mostrar nojo em relação ao cocó. Basta incentivar o processo “criativo” com carinho, sem se precipitar a eliminá-lo com repulsa.

UM CONSELHO MUITO IMPORTANTE
O controlo absoluto dos esfíncteres, sem falhas nem regressões, dá-se por volta dos cinco aos seis anos, quando, inclusive o último passo, o da autonomia noturna da fralda, se consegue definitivamente. De noite, uma hormona antidiurética ajuda o nosso organismo a não sentir o estímulo da urina. Por isso, a maior parte das vezes que encontramos xixi na cama é o da manhã, quando a criança acaba de acordar. Para facilitar o êxito desta última etapa, é conveniente colocá-la no bacio assim que acordar.

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As reações dos mais novos face ao bacio

O BRINCALHÃO
Carlos, 24 meses
Utiliza o bacio como um brinquedo.

Fá-lo porque…
Os dois anos representam a época do jogo do encher e esvaziar. Tirar as coisas das caixas e voltar a pô-las dentro, meter pecinhas no cubo e voltar a tirá-las…
Carlos também usa o bacio do mesmo modo.

Solução
No início, deve permitir que o bacio se torne um objeto familiar, inclusive através da brincadeira. Mais tarde, é necessário separar os dois momentos, dizendo-lhe que não a qualquer outro tipo de uso que não seja o que lhe corresponde.

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O EXPLORADOR
Sara, 19 meses
Sentada no bacio, toca a vulva.

Fá-lo porque…
Os genitais são uma parte do corpo que, enquanto usava fraldas, não podia explorar facilmente e que agora tem a possibilidade de ficar a conhecer melhor.

Solução
Não há motivo para se escandalizar com esta curiosidade. O importante é que não participe no jogo com risadas e aplausos. Deste modo, a operação acabaria por adquirir um significado mais misterioso do que o de uma natural exploração.

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O ATRASADO
Lúcia, 21 meses
Quando pede o bacio, já é tarde; acabou de fazer xixi.

Fá-lo porque…Quando se começa a introduzir o uso do bacio, a criança apercebe-se do estímulo enquanto já está a fazer cocó ou xixi. Ainda não aprendeu a lidar com os tempos e as suas indicações chegam atrasadas.

Solução
Paciência, na próxima vez chegará a tempo. Enquanto não, o melhor é pô-la no bacio logo a seguir às refeições e assim que acorda, quando é mais provável que tenha vontade.

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O SOCIÁVEL
Marcos, 16 meses
Quer a companhia da mãe durante a interminável sessão, que muitas vezes não resulta em nada.

Fá-lo porque…
Isto pode indicar que ainda não chegou a altura para começar a usar o bacio. O seu desenvolvimento físico e psicológico ainda é prematuro para este tipo de empreendimento.

Solução
Pode propor-lhe o bacio como um jogo. A criança vai-se aperceber quando deve utilizá-lo para a sua função. Neste caso, deve deixá-la a “fazer” sozinha. As crianças também têm o seu pudor durante a realização de atos corporais tão íntimos.

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O ARTISTA
Lídia, 20 meses
Quando faz cocó no bacio quer mexer-lhe, como se fosse um brinquedo.

Fá-lo porque…
O período do controle dos esfíncteres coincide com o do seu desejo de criar e manipular os elementos. Para ela, o cocó é um material lúdico, uma espécie de plasticina.

Solução
É importante que desvie a criança dessa intenção de mexer no cocó, mas sem a assustar nem a repreender, e que lhe ofereça outros materiais para brincar. Ralhar com ela poderia mesmo inibir a sua natural fase de experimentação criativa.

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O MEDROSO
Ricardo, 25 meses
Quer usar a sanita, mas, quando o sentamos lá, começa a ter medo.

Fá-lo porque…
O medo é a consciência de um perigo e, com efeito, uma criança tão pequena pode correr o risco de escorregar e cair dentro da sanita, esse buraco tão “grande” que tanto a assusta.

Solução
Dê-lhe as condições necessárias para controlar o perigo, tranquilizando-a com a sua presença ou colocando sobre o assento um redutor específico, de modo a que o buraco não seja tão grande.

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SAÚDE

A sudâmina

Trata-se de uma erupção da pele, que se manifesta nas zonas onde a transpiração é mais abundante. Não é grave, mas torna-se muito desagradável porque faz comichão.

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Em meses de muito calor, o suor pode acumular-se no interior dos poros onde desembocam as glândulas sudoríparas. Por este motivo, formam-se obstruções sob a pele que dão origem, na superfície, a erupções causadoras de comichão. A sudâmina (cujo nome científico é Miliaria rubra) é um problema que afeta os mais pequenos, principalmente quando são agasalhados, mesmo que faça calor, de forma excessiva; também aparece em crianças de pele muito clara e delicada.

Como se manifesta
A sudâmina manifesta-se através do surgimento de inúmeros pontinhos em relevo. Costumam ser avermelhados e localizados principalmente no pescoço, na parte superior do tórax, nas axilas e, em geral, em todas as pregas cutâneas, onde a transpiração é mais abundante. Do ponto de vista médico, este problema não tem importância, mas para a criança é muito incómodo porque, muitas vezes, estes pontinhos vêm acompanhados de uma intensa comichão.

 Como prevenir
. Para prevenir o aparecimento da sudâmina,
é preciso evitar agasalhar demasiado a criança, mesmo quando tem febre.
. Por vezes, esta erupção aparece também no inverno, por causa do calor provocado pela roupa, devido ao excesso de lençóis e cobertores.
. Lembre-se de que o calor húmido só piora a situação; por isso, é preciso evitar os ambientes com condições climáticas adversas.
. Uma boa ideia é tirar a fralda, de vez em quando, ao bebé, porque a sudâmina pode afetar também o rabinho.

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O que deve saber
A Miliaria rubra (ou sudâmina) não é o único tipo de erupção cutânea causada pelo suor, apesar de ser a mais frequente. Existe também a Miliaria cristalina, constituída por pequenas bolhas transparentes e frágeis, que se desenvolvem devido à obstrução do canal sudorífero a um nível mais superficial. Este tipo de sudâmina deve-se também a um excesso de calor e de transpiração, mas não é acompanhado de comichão e cura-se rapidamente, inclusive sem tratamento.
Também pode ocorrer, em casos muito raros, a Miliaria profunda, quando a obstrução do canal se dá a um nível cutâneo mais profundo. O suor sai da derme e provoca uma reação inflamatória, que pode encher-se de pus.

 O que fazer e o que NÃO fazer
SIM
1.
O melhor tratamento para eliminar a erupção é deixar o bebé despido o máximo de tempo possível.
2. Não é preciso cobri-lo com um lençol. Quando está demasiado calor, não faz falta.
3. 
Deve arejar os vários compartimentos da casa com uma ventoinha grande ou então com um aparelho de ar condicionado.
4.
Refresque a pele da criança com compressas embebidas em água e bicarbonato, que deverá aplicar várias vezes ao longo do dia.
5. Para lhe dar banho, pode usar amido de arroz. Basta deitar uma colher na água morna da banheira (a 32ºC). Ao terminar, não deve enxugar a pele do bebé, seque-a apenas de forma delicada, fazendo pressão com uma toalha macia.
6. Por volta dos doze meses de vida, a sudâmina pode tornar-se mais incómoda porque, nesta idade, as crianças têm tendência para se coçarem. É importante manter as suas unhas da criança sempre curtas, para evitar o risco de infeção.
7. Assim que a inflamação estiver curada, deve-se aplicar uma pomada com óxido de zinco várias vezes ao dia, de modo a amaciar a pele seca e gretada.

NÃO
1. Evite cremes e produtos para depois do banho que não sejam adequados para o bebé, porque poderiam obstruir os poros da pele.
2. Não tenha medo de usar o ar condicionado. Isto é válido tanto em casa, como no carro.
3. Também não tenha medo de o destapar demasiado: o importante é que o bebé não transpire.

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AMAMENTAÇÃO

O que fazer quando esta doente

Pode continuar a dar o peito estando com febre, vómitos ou diarreia, ou se estiver internada no hospital? Vejamos o que fazer em cada situação.

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GRIPE E FEBRE
Se a mãe está com gripe, não há qualquer motivo para deixar de dar de mamar. Mais ainda, a amamentação pode continuar a ser a pedido e em exclusivo, no caso de bebés com menos de seis meses.
O contágio pode dar-se através da respiração, da proximidade e do contacto entre a mãe e a criança e remonta à fase inicial da doença, antes mesmo de que se manifeste qualquer sintoma e a mamã saiba que está com gripe. Parar de dar o peito, não só não é necessário, como também privaria o bebé de uma ajuda valiosa, uma vez que, no leite materno, o bebé vai encontrar os anticorpos que o protegem da infeção da mãe ou de outros membros da família. Quando a mamã é contagiada por uma infeção viral ou bacteriana, o seu organismo transmite ao bebé as imunoglobulinas específicas que o vão proteger do contágio. Caso o bebé adoeça, o leite materno pode fazer com que os sintomas se manifestem de forma mais leve e que o tempo de cura seja mais breve. Ainda que a mamã tenha gripe e febre alta, o seu leite continua a ser o mesmo alimento completo de sempre.

DIARREIA E VÓMITOS
Os tipos de gripe que afetam o sistema gastrointestinal, e que se manifestam sob forma de vómitos e diarreias, são uma das formas mais incómodas desta doença. Neste caso, também não há qualquer contraindicação para o aleitamento materno. O leite materno mantém as suas características nutricionais e reduz o risco de contágio, uma vez que contém os anticorpos que o organismo da mamã produziu, em resposta ao ataque dos vírus e das bactérias. Ainda que o bebé possa continuar a mamar quando quiser, é preciso ter uma atenção extra em relação ao bem-estar da mãe, que deve ter a possibilidade de descansar o mais possível, principalmente na fase aguda da doença. Do mesmo modo, é importante que a mamã beba o suficiente para recuperar os líquidos perdidos. Em caso de problemas gastrointestinais há um risco de desidratação, sobretudo se tiver vómitos e diarreia.

PROBLEMAS DE DENTES
Quando se dá o peito, pode-se tratar da saúde dentária ou os eventuais tratamentos devem ser adiados até ao final do período de amamentação? E se a mãe precisasse de uma intervenção urgente, por exemplo em caso de infeção ou cárie num dente? É preciso suspender a amamentação? A mamã lactante pode ser submetida a qualquer tratamento odontológico que seja necessário e não existem contraindicações relacionadas com a anestesia, que é local e rapidamente eliminada pelo organismo.
Por esse motivo, seria péssimo descuidar da saúde oral atrasando por semanas, ou mesmo meses, os possíveis tratamentos odontológicos, da mesma forma que não se deveria antecipar o desmame da criança por esta razão. Podem fazer-se todos os exames que a mamã precisar. Durante a amamentação também é permitido fazer ecografias, radiografias e, se necessário, ressonâncias magnéticas ou TAC.
Se o dentista achar que deve fazer uma radiografia não há contraindicações para continuar a amamentar de modo habitual.

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PROBLEMAS DO PEITO
Se o bebé não pega no peito de forma correta e não mama com a frequência necessária, corre o risco de ter problemas no peito, como gretas, obstrução mamária, bloqueio de um canal galactóforo ou mastite.
De todos os distúrbios, o que causa maior incómodo é a mastite.
A mastite é uma infeção que afeta a zona do peito e, quase sempre, só uma mama. Manifesta-se com dor localizada, pele avermelhada e calor, acompanhados de febre, sensação de cansaço, náuseas e dor de cabeça. Mesmo que a mamã tenha este problema, não deve parar com a amamentação. Mais ainda, é importante que, em primeiro lugar, dê de mamar do peito inflamado (para favorecer o esvaziar do leite) e que faça massagens na zona inflamada, em direção à auréola, e aplique compressas quentes a fim de facilitar a drenagem do peito inflamado. Para a infeção, o médico irá prescrever um tratamento à base de antibióticos, compatível com a amamentação, e um antipirético para combater a febre. É importante que guarde repouso até à remissão da inflamação.

EM CASO DE INTERNAMENTO HOSPITALAR
Durante a amamentação, a mamã pode ter um problema de saúde que exija internamento hospitalar. Neste caso, pode manter a produção de leite levando consigo uma bomba de tirar leite, a fim de continuar a estimular o peito de modo regular. Além disso, se as suas condições de saúde o permitirem, pode sempre dar o peito ao bebé quando lho levarem de visita. Quando a mamã regressar a casa, a amamentação irá ajudar ambos a recuperar o tempo perdido. Além disso, para uma mulher convalescente, dar o peito é a forma mais fácil e confortável de cuidar do seu filho, porque é algo que pode fazer sem precisar de se levantar da cama. Se a mãe tiver de se submeter a uma cirurgia, a amamentação também não corre perigo. O organismo demora pouco a eliminar a anestesia e podem ser prescritos medicamentos compatíveis com o aleitamento.

FÁRMACOS: MUITOS SÃO COMPATÍVEIS
De acordo com um dos mitos relacionados com a amamentação, durante este período, não se pode tomar qualquer medicamento. Na verdade, trata-se de uma crença que trouxe muitos dissabores às mães, obrigadas a suportar as mais variadas doenças, quando podiam ter cuidado do seu bem-estar tomando um medicamento compatível com a amamentação. Tal como na gravidez, não se deve recorrer à automedicação, pelo contrário, deve sempre procurar o seu médico ou o pediatra do seu filho e informá-lo de que está a dar o peito. Os princípios ativos compatíveis com a amamentação são numerosos e o médico irá prescrever o fármaco mais indicado em função do problema da mamã.

OBRIGADO POR LER
O MEU BEBÉ

Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

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