Fevereiro 2018-2 | Revista O Meu Bebé

Fevereiro 2018-2

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Pequenos truques para o dia D

O seu filho está quase a nascer? Explicamos-lhe como enfrentar a dor das contrações da melhor forma e com a ajuda do seu companheiro.

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DEIXE-SE EMBALAR PELA ÁGUA
Durante a dilatação, a capacidade analgésica da água pode ser especialmente benéfica. Se o hospital dispõe de uma banheira específica, a mãe pode submergir-se ainda que seja apenas durante pouco tempo. Se não existe uma banheira pode recorrer ao duche ou mesmo à aplicação de compressas de água quente sobre a zona do osso sacro. A água elimina as tensões musculares e favorece o relaxamento. Quanto menor for a resistência do corpo, menor será também a dor. A distensão ajuda a produzir endorfinas, as hormonas do prazer, que equilibram a ação da adrenalina, habitualmente segregada em situações de tensão e medo.

ANDAR, ANDAR E ANDAR
Regra número um: movimento. A atividade física produz um efeito analgésico por si só, já que reduz o tempo da contração e permite que a mulher adote posições mais confortáveis, por consequência, é recomendável andar durante o período de dilatação. Quando se dá a contração, a mãe pode apoiar-se num suporte. A atividade muscular das pernas funciona como uma bomba que provoca uma melhor circulação do sangue. A posição mais útil é, sem dúvida, a de manter o busto inclinado para a frente, já que assim se facilita a abertura do canal de parto. Mas é o próprio corpo que encontra as posturas “anti dor”: ajoelhada, apoiada na bola de parto (disponível em muitos hospitais), em cima do futuro pai ou montada numa cadeira. O mais importante é que não permaneça deitada porque, deste modo, as contrações são mais longas e intensas. Na verdade, esta posição causa um estreitamento do canal de parto, provocando um maior cansaço tanto à mãe como ao bebé.

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MASSAGENS SUAVES
Qualquer pessoa pode efetuar uma massagem simples. Assim, o pai ou a pessoa que acompanhar a mãe durante a dilatação podem fazê-la. Num sentido de “contra-pressão”, pressiona-se firmemente a zona dorida, ou também a partir da planta do pé; ao pressionar todo o arco plantar com os polegares, facilita-se o relaxamento. Este tipo de manipulação pode ser levado a cabo quando a mãe sente dor, para que possa chegar a um estado de relaxamento mais profundo e, portanto, enfrentar melhor a contração seguinte. Em outros tipos de massagem não é possível improvisar, é necessário ter uma preparação e uma técnica bastante específicas, conhecidas por muitas parteiras, entre as quais se encontra a massagem polar, que consiste em tocar sobre determinados pontos do corpo com o fim de eliminar a tensão. Também se pode realizar shiatsu ou a massagem chinesa Tuj-Na, em que se exerce pressão nos mesmos meridianos utilizados nos tratamentos de acupunctura.

RESPIRAR PROFUNDAMENTE
A respiração é importante, tanto na fase de dilatação como durante a expulsão. Durante a primeira parte da dilatação é útil fazer longas “expirações”, ou seja, expulsar todo o ar possível. Deste modo, os tecidos alcançam um maior relaxamento e o sistema nervoso parassimpático é acionado, o que distende o corpo. O uso da voz também pode favorecer uma respiração correta e, por consequência, a distensão muscular, através de uma espécie de “massagem”, causada pelo movimento do diafragma. É de tal modo assim, que muitas parturientes gritam e recorrem espontaneamente a vocalizações durante a fase de expulsão. Não deve sentir vergonha, e tenha em conta que os tons mais profundos são preferíveis, já que provocam uma vibração a nível do abdómen, que permite dirigir a energia e a força de expulsão para baixo.

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RELAXAR COMPLETAMENTE ENTRE CONTRAÇÕES
Os métodos de relaxamento existentes são bastante variados e podem constituir verdadeiras “armas” para combater a dor. São também úteis para aproveitar melhor a pausa entre uma contração e a seguinte, preparando-se melhor para as seguintes contrações. É possível, por exemplo, aprender as técnicas que permitem passar rapidamente do estado de tensão ao relaxamento, ou associar imagens ou sons (em função do “canal” que a mãe preferir) à sensação de bem-estar, que podem ser recordados antes que volte a dor e da seguinte contração. A auto-hipnose e o conhecido treino autogéneo também podem ser muito úteis, no entanto, estas técnicas devem ser aprendidas durante a gravidez e requerem um certo treino para poder aplicá-las corretamente.

BEIJA-ME…
Se a mãe estiver só é mais doloroso… A pessoa adequada para estar presente no momento do parto é, evidentemente, aquela com quem sente maior liberdade para expressar qualquer tipo de emoção, incluindo as negativas. Normalmente, esta pessoa é o companheiro, ou a pessoa com quem partilhou tudo durante a gravidez. Se existe uma boa relação, este contacto pode gerar um efeito analgésico extremamente forte, porém, para que suceda, é importante criar uma determinada intimidade, incluindo em plena dilatação. Apenas assim o casal se pode abandonar à ternura. Para além das massagens, o contacto da pele e o calor entre os dois também é positivo. Cada casal é diferente dos outros, no entanto, o beijo é algo que funciona com todos eles. Nada como experimentar: ao beijar apaixonadamente entre duas contrações, a pélvis e o períneo relaxam!

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FECHA A PORTA!
Já muitos estudos o demonstraram: um ambiente acolhedor constitui uma condição imprescindível para o combate à dor. Como tal, a escolha do hospital é determinante. É fundamental existir um espaço protegido, no qual a mãe possa fechar a porta e permanecer a sós com a pessoa que a acompanhar no parto, os ambientes “demasiado médicos” provocam à parturiente a sensação de estar doente. É totalmente necessário evitar os sítios repletos de gente, onde a mãe se sente desconfortável, já que se torna impossível expressar ativamente a dor. É igualmente importante que a parteira fomente uma relação pessoal com a mãe, e que não se sinta no dever de acompanhar vários partos ao mesmo tempo. O calor e suporte de uma boa relação incutem muita segurança e ajudam a superar a dor.

DESDRAMATIZA
O mais importante é não esquecer o objetivo. A atitude mental pode condicionar o percurso do parto e desempenhar uma função determinante na percepção da dor. Sem uma motivação sólida, a sensação de medo vê-se acentuada. A mãe deve pensar que o consegue fazer, que todas as mulheres o fazem, e que dar à luz uma criança é oferecer uma prenda ao mundo. Uma atitude positiva e aberta pode resultar em contrações mais eficazes.

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Em forma com o Pilates

Trata-se de um método que permite ganhar mais controle sobre o próprio corpo, algo muito útil durante a gravidez e no momento do parto.

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Uma forma de treino físico diferente do conhecido fitness, que pode ajudar a futura mãe a tomar consciência e controle sobre o seu corpo, reforçando especialmente os músculos mais submetidos ao stress. Falamos do Pilates.
• O nome deve-se ao seu inventor alemão, Joseph Hubertus Pilates, que, no princípio do século passado, elaborou um método composto por cerca de 500 exercícios efetuados com o próprio corpo, e com a ajuda de utensílios específicos criados por si mesmo. Durante a Primeira Guerra Mundial, Pilates construiu esses utensílios para os pacientes dos hospitais; retirando os estrados das camas e encostando-os à parede para que os pacientes se pudessem exercitar mesmo estando deitados. Ao longo do tempo estes acessórios foram aperfeiçoados, porém, os princípios da disciplina, esses mantêm-se intactos.

EM QUE CONSISTE O MÉTODO PILATES?
O Pilates pode ser definido como um método de conhecimento corporal, já que ensina a coordenar corpo e mente para tomar consciência dos músculos que estão implicados em cada movimento, e a adquirir uma posição correta e manter o equilíbrio corporal.
• Com este método pode trabalhar as diferentes partes do corpo em sinergia, treinando especialmente a musculatura abdominal mais profunda, da qual, habitualmente não somos conscientes mas que é fundamental para manter o equilíbrio e suster a coluna vertebral.
• Neste tipo de treino a mente tem uma função importantíssima: apenas concentrando-se no movimento que efetua pode levá-lo a cabo de modo preciso e eficiente, empregando continuamente a musculatura correta, sem cansar inutilmente os outros músculos e sem perigo de lesão. Uma vez aprendido, o método pode ser praticado diariamente e cada movimento será mais natural e fluido.

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QUAIS SÃO OS SEUS BENEFÍCIOS?
Praticar Pilates é bom para qualquer momento da vida, mas é-o, especialmente, quando se espera um bebé.
• Durante a gravidez, o corpo modifica-se. O aumento do peso da barriga desloca o eixo para a frente, obrigando a mulher a modificar, pouco a pouco, a sua posição. O resultado é uma sobrecarga nos músculos da zona lombar, que se contraem para conferir estabilidade à pélvis, mas que se fazem sentir através das dores de costas.
• Igualmente, durante os nove meses, aumenta a produção da hormona relaxina, cuja função é a de relaxar os ligamentos da pélvis para deixar espaço ao bebé, mas que também comporta um relaxamento geral dos músculos e das articulações, que, por consequência, ficam menos estáveis. Reforçar a musculatura e aprender a distribuir o peso de forma correta melhora a capacidade de adaptação do corpo às contínuas modificações que este enfrenta, e ajuda a prevenir dores e traumatismos.
• Ganhar controle sobre o corpo também é muito útil na altura do parto, pois a mulher é capaz de se manter concentrada nos seus movimentos e sabe quais deles deve utilizar em cada situação, como fazê-lo, onde contrair e onde relaxar para facilitar a descida do bebé sem que o organismo se canse mais do que o necessário.

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Infeção urinária no bebé
Explicamos-lhe como pode reconhecer este problema nos mais pequeninos, como é estabelecido o diagnóstico e que medidas podem ser tomada para prevenir.

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O que se espera de uma infeção urinária é que apresente sintomas que nos levem a perceber que algo não está bem: febre, vómitos, diarreia, urina de cor forte, turva ou avermelhada, etc. No entanto, com os bebés não ocorre deste modo; a infeção urinária manifesta-se na travagem ou movimento mais lento da curva de peso da criança.
O diagnóstico de infeção urinária a esta idade é, portanto, complicado, começando pelo recolher da urina necessária às análises. A urina forma um excelente ambiente para o desenvolvimento dos gérmenes e é facilmente contaminada, por este motivo, a amostra de urina deve ser recolhida com muito cuidado.
Para os lactentes, normalmente utilizam-se sacos de recolha, de plástico, esterilizados, e com um orifício pelo qual se introduzem os genitais do bebé. Estes sacos também têm um bordo aderente, que impede o saco de cair. Os genitais devem ser lavados com água abundante e um sabão neutro antes de recolher a amostra. Se o bebé não fizer xixi durante a primeira meia-hora, é importante que substitua o saco, já que o risco de contaminação é extremamente elevado.
Por outro lado, é importante saber que, se a urina recolhida (passada para um recipiente esterilizado e hermeticamente fechado) não puder ser entregue de imediato ao laboratório, deve conservá-la no frigorífico. Tenha em conta que a temperatura ambiente favorece a reprodução de possíveis micróbios presentes na urina e, logo, o número de colónias de gérmenes será mais elevado do que era na realidade, aquando recolhida.

A IMPORTÂNCIA DE UMA HIGIENE CORRETA
Também é importante saber que existem uma série de fatores nos lactentes e pré-escolares que facilitam a colonização de micróbios na uretra. Seguir uma higiene incorreta, por exemplo, pode facilitar a passagem dos micróbios presentes nas deposições da criança para o aparelho urinário. A maioria dos microorganismos que infetam a urina provêm da parte final do aparelho digestivo, ainda que nessa zona não sejam nocivos. A fimose também pode contribuir para uma colonização microbiana da uretra, assim como o uso de fraldas, a existência de uma dermatite ou os banhos prolongados.

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As primeiras palavras

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Todas as crianças nascem com capacidade de expressão: recebem os sinais linguísticos enviados pelos outros e, simultaneamente, interatuam com eles. Neste intercâmbio de “sinais”, a mãe é um interlocutor privilegiado. Quando se encontra na barriga, o bebé aprende a reconhecer a sua voz e a mover-se ao ritmo das suas palavras. Depois, nas primeiras semanas de vida, o bebé inicia o seu próprio trajeto linguístico, que os pais podem anotar num caderno para o efeito. Este instrumento, tão simples, pode ajudar os pais a avaliar o desenvolvimento comunicativo do seu filho, através das anotações sobre os progressos e as dificuldades.

Vejamos quais são os pontos chave da conquista da linguagem, do nascimento até aos três anos, como evolui a linguagem da criança em cada etapa. Também lhe fornecemos dados que lhe permitam identificar qualquer possível problema do desenvolvimento da fala.

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0-6 MESES

Linguagem pré intencional

Assim que nasce, o bebé começa a comunicar-se. Como? Através do choro, dos suspiros e dos movimentos da boca, das expressões do rosto e de todos os sons e chilreios que emite. Estas formas de linguagem servem para chamar a atenção dos adultos, para expressar um estado de ânimo ou para manifestar uma necessidade, como por exemplo sono ou fome.
Nos primeiros quatro meses de vida, o bebé aprende a reagir à voz da mãe, que reconhece e prefere a todas as outras vozes. Também fixa o seu rosto, sorri e emite sons. Dos quatro aos seis meses os objetos começam a interessar-lhe.
Nesta etapa do desenvolvimento linguístico é conveniente que a mãe fale calmamente e em tom terno, de modo a captar a sua atenção e interagir com ela. Se a criança não possui ainda um grande repertório de vocalizações, não deve preocupar-se. No entanto, deve, sim, prestar atenção se a criança não sorri, não produz qualquer som ou não reage quando lhe fala.

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6-12 MESES

Comunicação intencional

Neste período, a criança começa a fazer gestos que indicam claramente a intenção de se comunicar: move a cabeça para dizer que não ou aponta com o dedo para o objeto que pretende. Também aparecem gestos simbólicos, como o dizer adeus com a mãozinha. São atos que, no seu conjunto, possuem o mesmo valor das palavras.
Nesta idade a criança reage ao ouvir o seu nome, imita os sons dos animais e aqueles que produzem alguns objetos (o “vrum-vrum” dos carros, “miau” do gato, “au-au” do cão, etc.).Esta etapa caracteriza-se pela “lalação”, ou seja; a repetição das sílabas. A criança também já é capaz de compreender cerca de 50 palavras de uso comum, assim como algumas ordens simples.
Nesta etapa do desenvolvimento é preciso prestar especial atenção a alguns sinais: se a criança não efetuar uma série de gestos orientados à comunicação, se não perceber ordens simples como “dá-me o jogo” ou “ bate as palminhas”, e também não emitir qualquer som, é necessário consultar um especialista.

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12-18 MESES

Fase linguística 1

A criança começa a usar as palavras relacionando-as com os objetos. Por exemplo abraça a bola e diz: “É minha”.Também surge o “jogo do faz de conta”, como os atos de telefonar ou cozinhar utilizando uma panela. A criança sabe dizer o seu nome e pergunta o nome dos objetos.
A mãe pode ajudá-la a enriquecer o seu vocabulário, explicando-lhe o significado das palavras que ela não entende, repetindo aquelas que pronuncia mal e oferecendo-lhe exemplos corretos. Para a incentivar a dialogar é bom ler e contar-lhe muitas histórias, que também estimulam o aguçar do pensamento e ensinam a utilizar as palavras de forma correta.
De qualquer modo, quando a criança se comunica e se faz entender não há qualquer preocupação, mesmo se se limita a pronunciar um reduzido número de palavras, pode significar que se trata de um falador tardio que, muito provavelmente, se converterá num bom conversador.

Pelo contrário, se a produção linguística ainda está ausente, será conveniente procurar o pediatra, que avaliará a situação e a necessidade de consultar um especialista da fala.

18-24 MESES

Fase linguística 2

Para a criança começa o período do “porquê”, que a conduz a um rápido desenvolvimento do seu vocabulário. Em poucos meses aumentará umas 250 a 300 palavras ou aprenderá a usar duas ou três, de cada vez, para expressar um pensamento.
Nesta idade, a criança começa a compor frases com várias palavras sucessivas. A síntese também se enriquece, graças à utilização de verbos, artigos e adjetivos. É importante oferecer-lhe oportunidades que estimulem a sua capacidade de expressão, mas sempre de modo natural e espontâneo, por exemplo, durante as brincadeiras, lendo-lhe uma história, etc.
Não devem preocupar-se se a criança não pronuncia alguns sons, como “s” ou “r” ou grupos de consoantes como“ch”, “pr” ou “str”. Também é normal que inverta algumas consoantes (“poco” em vez de “copo”).
Por outro lado, há que prestar atenção se a criança omitir muitos fonemas ou se pronuncia as palavras de um modo incompreensível.

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24-32 MESES

Fase de conclusão

Nesta idade a criança já usa nomes, verbos, artigos e pronomes em sequência lógica, para construir frases como “ Eu pego no ursinho e dou-lhe a papa”.
Para favorecer a consolidação das suas capacidades linguísticas, é fundamental que a criança interatue com outras crianças. O desenho, a expressão gráfica e o hábito de dialogar com a família podem ajudar a aumentar a sua capacidade de comunicação.
Não é necessário preocupar-se se a criança tiver um pequeno atraso de pronúncia relacionado com fonemas complexos, como “gl” ou “nh”, porque o adquirirá mais tarde, por volta dos quatro anos.
• Pelo contrário, deve prestar atenção quando não se verifica um desenvolvimento do vocabulário e não surge a capacidade de construir frases simples como “Dá-me a bola”. Também neste caso, é conveniente consultar um especialista.

OBRIGADO POR LER
O MEU BEBÉ

Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

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