
X DESENVOLVIMENTO X
São de borracha!
No “ginásio” da vida, os bebés são os alunos com mais vantagens: em pouco tempo desenvolvem as mais variadas capacidades motoras que os levarão, passo a passo, até à completa autonomia.

> Se, quando nasce, o bebé consegue responder mais ou menos aos estímulos externos, à medida que cresce irá aprendendo rapidamente a desenvolver reações voluntárias, como o segurar da cabeça, ficar sentado, gatinhar, pôr-se em pé e andar sozinho, até controlar o seu corpo cada vez melhor.
> Para conseguir atingir estas metas, basta proporcionar-lhe os os estímulos adequados, num ambiente livre de obstáculos e perigos. Conheçamos alguns dos progressos mais importantes dos bebés nos seus primeiros meses.
A ‘COBRA’ O CONTORCIONISTA FLEXÕES DE CÓCORAS 
> Por volta dos 4-5 meses, o bebé já consegue segurar a cabeça erguida durante um bom tempo, e também virá-la na direção de uma voz que escute. E, se o pusermos de barriga para baixo, é capaz de levantar o tronco fazendo força com os braços e as mãos, reproduzindo a clássica posição da cobra no yoga.

> Também nesta idade, o bebé adora agarrar os pés e levá-los à boca, fazendo alarde da sua flexibilidade. É uma forma de explorar a parte inferior do seu corpo, o que serve para aprender a deslocar-se.

> Dentro de pouco tempo, a partir dos 7-9 meses, o pequeno vai começar a mexer-se com uma certa autonomia. Alguns gatinham, deslocam-se arrastando-se sobre o rabinho ou a barriga. As pernas ganham força e o bebé faz as primeiras tentativas para se pôr de pé, apoiando as mãos numa superfície e erguendo o corpinho.
> É uma posição difícil, que ele só consegue adotar quando já anda sem ajuda, entre o ano e meio a dois, porque requere bastante equilíbrio e estabilidade. Assim que o consegue, o seu filho vai passar muito tempo a brincar nesta posição.

X SAÚDE X
Dermatites da fralda
Quando se começa a dar outros alimentos para além do leite, as fezes e o xixi do bebé mudam e pode surgir este problema. Cómo o pode proteger?

O QUE É
Trata-se de uma inflamação da pele na zona coberta pela fralda.
> Com o desmame, as fezes tornam-se mais ácidas e a urina é mais concentrada, também porque o bebé tende a beber menos líquidos. O resultado é que a pele fica avermelhada e o bebé sente um ardor muito desconfortável.
> Por vezes, pode surgir ao mesmo tempo que a dentição. Isto acontece porque, em certos períodos, a saída dos dentes vem acompanhada por um enfraquecimento das defesas do organismo, o pode fazer com que a pele fique mais vulnerável.
> Noutros casos, a vermelhidão deve-se a uma intolerância a certos materiais que entram na composição das fraldas. Por isso, há que escolher sempre fraldas de boa qualidade. COMO SE MANIFESTA > Para ter a certeza de que se trata de uma dermatite estique a pele entre o polegar e o indicador do bebé. Se a cor desaparecer do espaço entre os dedos, trata-se de uma dermatite provocada pela fralda. O QUE FAZER > Se o rabinho está muito “assado”, até mesmo a água pode piorar a situação, porque pode contribuir para eliminar una película hidrolipídica que protege a pele. É melhor não insistir muito com a água e que a alterne com um óleo delicado especial para crianças. No use produtos agressivos, apenas sabonetes específicos para bebés. > Uma vez lavados o rabinho e os genitais, deve secar a pele muito bem; caso contrário, a humidade pode prejudicá-la ainda mais. Seque-o delicadamente e com leves toques, com uma toalha de algodão ou linho. Também pode completar a operação com um secador, utilizando o ar morno e mantendo-o a uma distância de 30 centímetros. > Para reducir una inflamación, use una crema base de óxido de zinco en cada muda de fraldas: aplicado en un área afetada, funciona como una barra protectora contra los gérmenes y ácidos das fezes e urina. Também há pomadas que contêm inibidores das enzimas irritantes produzidas pelas fezes. O QUE NÃO FAZER > Quando lavar o seu filho, não esfregue as zonas afetadas com esponjas ou luvas of banho e use semper água corrente morna. Nunca use sabonetes agressivos que possam alterar o pH natural da pele, ou leites de limpeza ou hidratantes não indicados para a pele do bebé. No utilizar fraldas demasiado apertadas, uma vez que o roçar é uma das principais razões para a irritação. Pelo contrário, o ideal é usar fraldas da última geração, que contêm substâncias especiais que “capturam” a urina e que têm uma medida acima do normal, para evitar que a pele roce e para assegurar uma maior capacidade de absorção.

> É fácil de reconhecer porque afeta sempre a zona coberta pela fralda. A vermelhidão é uniforme e a pele fica muito lisa. Em alguns casos, surgem manchas muito vermelhas, em relevo, e em cujas margens se podem ver pequenas pústulas. São provocadas por um fungo, a Candida Albicans, responsável pelos sapinhos, que por vezes também se desenvolvem na boca do bebé. A pele afetada pelo fungo torna-se mais delicada e por isso é mais fácil que se forme o eritema.
> Em primeiro lugar, deixe a pele respirar o mais possível, tirando a fralda ao bebé durante algumas horas ao dia. Para dormir, pode pôr uma capa, num tecido especial, que proteja o colchão do berço.
> Quando a vermelhidão não desaparece, evite a tentação de recorrer a pomadas antibióticas, antimicóticas, ou com cortisona, aconselhadas por amigas ou familiares, e dirija-se ao pediatra, que identificará una causa de inflamación.
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Está gordinho … o que faço ?! …
Nesta idade, muitos bebés são gordinhos. Mas a obesidade deve ser combatida logo desde muito cedo. O que pode fazer?

um bebé gordinho é mais saudável que um bebé magro?
> Não. Os bebés com excesso de peso correm o risco de desenvolver várias patologias comuns nos adultos, como, por exemplo, a diabetes. Trata-se, básicamente, de uma questão cultural. Ainda há quem associe a magreza a uma má saúde, já o gordinho é visto como um bebé saudável. No entanto, una obesidade infantil implica uma série de complicações, como eventuais atrasos em atingir metas de desenvolvimento, uma menor habilidade motora, problemas ortopédicos, maus hábitos alimentarres, dificuldades relacionadas e problemas do sono.
o consumo de ferro pode prevenir o excesso de peso? as gorduras devem ser eliminadas da sua alimentação? existe um limite de proteínas, de modo a evitar o peso em excesso?
> Sim. O peso em excesso costuma vir associado à anemia, devido ao consumo de calorias “vazias” (pobres em nutrientes). A lactância materna é a melhor garantia para fornecer a quantidade ideal deste mineral ao recém-nascido. A partir dos seis meses há que introduzir gradualmente alimentos ricos em ferro na dieta diária da criança: carne vermelha e alguns tipos de peixe (truta, pescada, linguado, etc.), e também ovos e legumes.
> Não. As gorduras são fundamentais para o desenvolvimento do sistema nervoso, para a absorção e transporte das vitaminas lipossolúveis, para satisfazer a necessidade de ácidos gordos de cadeia longa e para uma boa educação para os sabores, já que são o “veículo” dos aromas dos alimentos. O contributo ideal de lípidos situa-se em cerca de 30% de calorias diárias. No entanto, as gorduras saturadas não devem ultrapassar os 10%.
É claro que sim; as proteínas são as principais responsáveis pelo risco de peso a mais. A alimentação das crianças costuma incluí-las em excesso, porque comem demasiada carne, queijos e outras fontes de proteínas. As consequências são evidentes: sobrecarga renal e amplificação do “circuito” da insulina, o que faz com que o excesso de proteínas se transforme em gorduras que se depositam no tecido adiposo.
XSAÚDEX
Problemas “íntimos” das crianças
Os problemas que afetam os genitais são mais frequentes nos meninos que nas meninas. Porquê e quais são as principais anomalias?

TESTÍCULOS RETRÁTEIS
> Ambos os testículos estão colocados num local mais alto que o normal, mas podem ser reconduzidos, manualmente, à bolsa do escroto. Este problema costuma resolver-se de forma espontânea.
> Se não se consegue palpar o testículo, em metade dos casos é porque ele está na cavidade abdominal, na outra metade, está ausente porque no final da gestação ocorreu algum incidente. Em qualquer um dos casos, é preciso definir a situação real: não se pode deixar um testículo na cavidade abdominal, já que, com o tempo, ele perderia a sua função.
> Este transtorno pode ser resolvido com uma operação ou uma laparoscopia. Se o testículo existe, tenta-se reconduzi-lo ao seu lugar normal, e, se já não está ativo, extirpa-se o seu resíduo. A falta de um testículo não compromete a fertilidade futura e permite uma vida sexual normal.
CRIPTORQUIDIA > Podem acontecer duas situações: em 80% dos casos, o testículo sente-se ao tato ao longo da via normal de descida inguinal, ou mais atrás (neste caso, a denominação mais correta será “testículo que não desceu”); por outro lado, nos restantes 20%, trata-se de uma autêntica criptorquidia, na qual o testículo não é palpável e está realmente escondido. > Se o testículo simplesmente não desceu, é preferível esperar até que o bebé cumpra os cinco ou seis meses, período em que, em alguns (poucos) casos, o testículo consegue ir para o sítio por si mesmo. > Se isto não acontece, há que recorrer a uma cirurgia (orquidopexia), que consiste numa pequena incisão inguinal para conduzir o testículo ao seu lugar definitivo. É uma operação rápida, praticada com anestesia geral. Normalmente, o bebé pode voltar para casa no mesmo dia. A operação não deve ser adiada para lá dos dois anos porque a criança, enquanto é pequenina, não se ressente tanto do trauma psicológico, e também porque, com a idade, há mais risco de reduzir a fertilidade. > Outro método para provocar a descida do testículo (ainda que menos eficaz), consiste no tratamento médico hormonal à base de gonadotrofinas (que reproduzem as gonadotrofinas da hipófise) ou de um produto sintético que se administra por via nasal, em vez de ter de recorrer a injeções intramusculares. > O tratamento hormonal pode ser benéfico durante o período pós-operatório: um testículo “oculto” costuma ser imaturo, no sentido em que as células que constituem os precursores dos espermatozóides ainda estão como que “bloqueadas” num estádio infantil. O tratamento médico é capaz de reativar o processo evolutivo normal, determinando uma melhoria da fertilidade. > Não devemos confundir a criptorquidia com o testículo ectópico (fora do lugar). Neste caso, o testículo não desce, mas desvia-se do seu caminho: não segue a via do canal inguinal e posiciona-se fora do seu lugar (por exemplo, na parede muscular abdominal, no períneo, ou ao lado do pénis). Mediante uma cirurgia parecida com a orquidopexia, o testículo é reconduzido ao seu lugar normal. HIPOSPÁDIA > Para resolver este problema, tem de se operar, preferivelmente entre os seis meses e um ano de vida, mas sempre antes de começar o período fálico do desenvolvimento sexual do menino (2-5 anos). É uma cirurgia muito delicada, que deve ser realizada num centro médico especializado. > A incidência da hipospadia tem vindo a aumentar. As causas apontadas para tal são todas as substância químicas que, ingeridas, inaladas, ou absorvidas antes ou durante as fases iniciais da gravidez, podem alterar o complexo equilíbrio hormonal com repercussões na formação dos órgãos genitais masculinos. FIMOSE > Na maior parte dos casos trata-se de um falso problema: a glande e o prepúcio são uma estrutura só durante toda a gravidez, não existe uma zona de separação entre a superfície externa de um e a interna do outro. A separação, que acontece por um mecanismo natural, inicia-se no final da gestação e pode, mesmo, demorar alguns anos a completar-se, por efeito da descamação da pele. > Por isso, é um erro tentar qualquer manobra direta para retrair o prepúcio: o desprendimento natural da pele ocorre em 95% dos casos. > Só em 1% dos casos, a responsável pela fimose é a balanite xerótica obliterante, uma doença da pele de causas ainda desconhecidas, que provoca uma inflamação crónica da glande e do prepúcio. Neste caso, a fimose é muito densa, com um anel do prepúcio duro e esbranquiçado. A única solução é a circuncisão, aconselhada a partir dos cinco anos, para evitar a operação nos casos que se possam resolver de forma espontânea. Hoje em dia, para prevenir os incómodos da correção cirúrgica, tenta-se antes um tratamento local com uma pomada corticoide. Este tratamento resolve cerca de metade dos casos.
> Indica a presença de um testículo que não se pode palpar na sua localização normal, ou seja, na bolsa escrotal.

> Neste caso, o orifício por onde sai o xixi não está situado no extremo da glande, como seria normal, mas um pouco mais acima ou abaixo, consoante a gravidade da malformação: ao longo do pénis, entre o pénis e o escroto, ao nível do escroto ou por baixo deste. Normalmente, a este problema junta-se uma curvatura do pénis para a frente ou para baixo. A malformação pode ser de naturezas diferentes: pode tratar-se de um problema essencialmente estético, ou de um transtorno funcional, que faz com que seja difícil urinar normalmente.
> É um problema frequente e não deve ser considerado patológico: o anel do prepúcio (a pele que envolve o extremo do pénis) é mais apertado e, por isso, a parte final do pénis fica fechada, exceto no orifício por onde sai o xixi.
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Receberá o próximo número
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