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Como é o seu recém-nascido
Quais são as características físicas e as capacidades sensoriais do bebé durante as primeiras semanas de vida? Vamos conhecê-las.

A SUA CARINHA
> A pele do rosto do recém-nascido é extremamente delicada e, muitas vezes, avermelhada. Também pode observar umas pequenas borbulhas brancas que são devidas às células epidérmicas estancadas na entrada do folículo, ou crosta láctea, pequenas escamas de pele amareladas semelhantes a caspa, causadas por predisposição genética e pela dificuldade de metabolizar algumas hormonas maternas.
> Por vezes, na cavidade oral, pode aparecer o muguet, placas brancas provocadas pelo fungo Candida albicans.
AS SUAS ORELHAS OS SEUS OLHOS > A cor dos olhos (cinzento-azulado ou castanho) ainda não é definitiva. Em geral, a íris tende a pigmentar-se e a escurecer durante um período de 6 a 8 meses. O CHORO > Um dos choros de dor mais habituais é o causado pelas cólicas do lactente, que é acompanhado pela flexão das pernas sobre a barriga. AS FONTANELAS > Ainda que deva ser tratada com cuidado, não é uma zona tão delicada como se pensa. Não há qualquer perigo quando lhe dá banho ou durante os cuidados habituais. AS MÃOZINHAS OS PÉS > Se o colocar em posição vertical, com os pés apoiados sobre uma superfície, o bebé parece dar algunos passos: é o chamado reflexo de marcha. O COTO UMBILICAL > Geralmente, o desprendimento do coto ocorre entre três e sete dias após o nascimento, e deixa uma pequena crosta que, por sua vez, irá cair em poucos dias, deixando uma cicatriz permanente: o umbigo. OS GENITAIS > Podem estar também avermelhados, devido a uma grande afluência de sangue à zona genital. Trata-se de algo normal que não a deve preocupar, já que o tom da pele vai voltar ao normal à medida que o corpo do bebé se “estabilizar”.
> Alguns bebés nascem com uma orelha dobrada por causa da sua passagem pelo canal de parto. Não é nada grave: o pavilhão auricular depressa irá ter a sua forma correta. De qualquer modo, o bebé ouve bem, reconhece os sons e os ruídos claramente desde que estava na barriga da mãe durante o último trimestre. As vozes atraem-no, especialmente a da mamã.
> O recém-nascido tem uma capacidade visual adequada às suas necessidades. Foca os objetos que se encontram a cerca de 30 centímetros de si, como rosto da mãe durante a toma.
> Em geral o bebé tem quatro tipos de choro: devido à fome, que é forte e intenso; por sono, que no início parece um lamento; por nervosismo, um choro interrompido; e por dor, que começa com um grito forte e repentino.
> São seis pequenas zonas moles na cabeça do recém-nascido, nos pontos onde os ossos ainda não solidificaram. É graças à sua elasticidade que a cabeça do bebé consegue passar pelo canal de parto. A fontanela principal encontra-se na parte superior frontal, tem forma de losango e mede cerca de dois centímetros.
> De entre os cinco sentidos, o tato é o mais desenvolvido num recém-nascido, porque o bebé já o exercitou na barriga da mãe, a brincar com o cordão umbilical e a chuchar no polegar. Se lhe tocar com um dedo na palma da mão, o bebé aperta-o em ato reflexo. As suas unhas, ainda que muito finas, podem ser bastante longas e crescer rapidamente.
> Frequentemente, os pezinhos do bebé (e também as mãos) estão frios, mas isto não é um motivo de preocupação, deve-se ao facto de o aparelho circulatório ainda não ter experiência.
> O abdómen do recém-nascido é bastante arredondado. No centro encontra-se o coto umbilical, que seca e se cura mais rapidamente quanto mais seco se mantiver. Por este motivo é importante, se o clima o permitir, deixar a barriga destapada de vez em quando.
> Ao nascer, a vulva e os testiculos são um pouco maiores, proporcionalmente, que o resto do corpo, devido às hormonas que a mãe transmite ao bebé durante a gravidez.
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Fontanelas: conheça a sua função
As fontanelas são formadas por membranas flexíveis e resistentes que protegem osos do crânio e permitem que estes se desenvolvam completamente.

“Nunca se deve tocar na cabeça de um recém-nascido, porque as fontanelas estão abertas”. Quantas vezes já ouvimos esta frase? Uma ideia bastante difundida que pode criar ansiedade nas mamãs que cuidam dos seu bebés diariamente.
Na verdade, apesar de serem zonas delicadas, as fontanelas não são zonas assim tão frágeis: pode acariciar o seu bebé e lavar-lhe o cabelo quando lhe dá banho. NECESSÁRIAS AO CRESCIMENTO > O proceso de desenvolvimiento da caixa craniana é efetuado principalmente após o nascimento e durante o primeiro ano de vida do bebé. Quando nasce, os seus ossos são mais moles que os de um adulto e, entre eles, existem espaços vazios chamados fontanelas. Aqui não há ossos que protejam o cérebro, mas sim uma membrana fibrosa, flexível e resistente. > As fontanelas principais são a fontanela anterior ou bregmática e a posterior ou lambdóidea. A fontanela anterior encontra-se na parte superior da cabeça, é a maior das duas e tem forma de losango. A posterior, situada entre os ossos occipitais e os parietais, é mais pequena e triangular. > A função das fontanelas é permitir o desenvolvimiento dos ossos craniais da criança até atingirem o tamanho definitivo. Também formam um importante mecanismo de proteção no caso de sofrer um traumatismo craniano. A flexibilidade amortece o impacto e evita a fratura dos ossos. Por este motivo, o crânio dos mais pequenos resiste a um traumatismo maior do que um adulto. AS CONSULTAS DE ROTINA DE PEDIATRIA > A posterior desaparece em primeiro lugar. Normalmente solidifica entre as 6 e as 8 semanas de vida, período após o qual se torna indetetável ao tacto. No entanto, muitas vezes já se encontra fechada no momento do nascimento. > A fontanela anterior fecha-se por volta dos 18 meses. Durante as consultas do primeiro ano de vida do bebé, o pediatra mede a circunferência craniana e os dois diâmetros da fontanela anterior, e regista as medidas no boletim de saúde da criança. > O fecho precoce ou tardio da fontanela anterior indica um problema de saúde. Se solidifica muito antes do tempo, por exemplo aos seis meses, tal pode representar um problema para o desenvolvimiento normal do crânio. Esta situação denomina-se cranioestenose e requer intervenção cirúrgica. Por outro lado, o fecho tardio pode ser sintoma de algumas doenças ou situações de carência, por exemplo, de vitamina D, necessária à calcificação dos ossos. > O estado da fontanela anterior, ou seja, a forma como se apresenta ao tato, também é um indicador do estado de saúde do bebé. Geralmente, o tecido fibroso que protege a fontanela é flexível, encontrando-se ligeiramente afundado relativamente à restante abóbada craniana e lateja levemente. A fontanela fica visivelmente afundada quando o bebé está desidratado, algo que pode suceder quando faz muito calor ou se o bebé tiver febre. Por outro lado, a fontanela que sobressai e é dura ao tato pode indicar um problema de saúde.
> O crânio do bebé é formado pela ossificação de 110 grupos de células, muitas delas unidas durante a vida intrauterina, de tal forma que no momento de nascimento, os grupos separados de células se reduz a 45. Estes núcleos de ossificação são a origem dos ossos do crânio adulto: o osso frontal, dois ossos parietais, dois temporais e o occipital, na parte de trás da cabeça.
À medida que o tempo passa, os ossos do crânio vão-se solidificando e as fontanelas tendem a fechar.
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Perda fisiológica: o que é?
É natural e não tem por que se preocupar: o peso recupera-se nos dez primeiros dia e representa um sinal de que o bebé está de boa saúde.

O seu filho sofreu uma perda de peso nos primeiros três ou quatro dias de vida? Não se preocupe, é algo completamente normal e comum a todos os recém-nascidos. Trata-se da adaptação do bebé à vida fora do útero.
EM QUE CONSISTE? > A perda fisiológica é o resultado de uma série de ocorrências logo a seguir ao nascimento da criança, principalmente da emissão da primeira urina e do mecónio, ou seja, as primeiras fezes do bebé que são uma substância viscosa de cor preta-esverdeada que enche o último segmento do intestino do bebé desde a sua vida intrauterina. > Depois de nascer o bebé recupera os líquidos através da amamentação. No entanto, nos primeiros dias, o alimento da mãe não é abundante, só o será depois que o leite apareça, o que, em geral, sucede entre três e cinco dias após o parto. Por outro lado, o bebé ainda não consegue sugar com força suficiente e o seu apetite é reduzido. O QUE FAZER > Ponha o bebé no peito o mais depressa possível. A sucção é o mecanismo natural que inicia a lactância e acelera o aparecimento do leite. Como consequência, o bebé terá a garantia de ter disponível todo o alimento que necessita para recuperar o seu peso. > Realize tomas frequentes: quanto mais sugar, mais o peito trabalhará, aumentando a produção de leite. > Se for necessário acorde o bebé para lhe dar de mamar, com o fim de manter intervalos frequentes entre as tomas, especialmente, no segundo ou terceiro dia de vida, quando o bebé ainda está sob o efeito do stress do nascimento. Mantenha esta regularidade também durante a noite. O QUE NÃO FAZER > Não subestime as propriedades nutritivas do colostro (o primeiro alimento materno e um valioso concentrado de proteínas) e permita que o bebé mame o mais rapidamente possível, ainda que o seu peito produza uma substância amarela que não se parece ao leite. > Uma vez em casa, evite pesar a criança antes e depois da toma: a dupla pesagem apenas gera ansiedade inútil. O crescimento do bebé deve ser avaliado a partir de outros sinais: a produção de pelo menos cinco xixis por dia e o facto de o bebé dormir satisfeito após a toma. > Não recorra à “ajuda” do leite de fórmula, pensando que a perda fisiológica indica que tem pouco leite ou que este tem pouca qualidade: o leite materno é o alimento ideal para o bebé. > Se o bebé molha menos de cinco fraldas por dia ou chora insistentemente e sem lágrimas, consulte o pediatra: estes sinais podem indicar uma ligeira desidratação e que o bebé continua a perder peso.
> Define-se como “perda fisiológica” e equivale a 5-8% do peso da criança ao nascer. Partindo do conhecimento de que um recém-nascido pesa, em média, entre 3 e 5 quilos, a perda de peso fisiológica oscila entre 150 e 200 gramas. De qualquer forma, esta redução costuma ser recuperada durante os dez primeiros dias de vida, e o bebé volta a ganhar todo o peso perdido.
Já que a perda fisiológica é algo totalmente natural e que demonstra que os rins e o intestino do bebé funcionam bem, é muito importante viver esta perda de peso sem preocupação. Vejamos o que deve fazer durante os primeiros dias de vida:
A perda fisiológica poderia levar a mãe a tomar decisões erradas devido ao medo de que o bebé não esteja a ser corretamente alimentado.
XBEM-ESTARX
Como ajudá-lo a soltar os gases
Ainda que não seja indispensável, algumas crianças necessitam expulsar o ar ingerido juntamente com o leite.

Acaba de lhe dar o peito e o seu filho dá sinais de estar saciado. Deveria estar satisfeito e tranquilo. No entanto, agita-se e não deixa de mover os braços e as pernas como se algo o incomodasse. Necessita arrotar para poder soltar o ar que engoliu durante a toma. Isto acontece especialmente às crianças que mamam vorazmente e têm bom apetite. A mãe pode ajudar o seu filho a sentir-se melhor. Como? Com mimos, uma massagem ou embalando-o nos braços para o tranquilizar. Vejamos quais são as quatro posições ideais para facilitar a expulsão do ar.
1. APOIADO NO SEU OMBRO 2. UMA PALMADINHA NAS COSTAS 3. DEITADO DE BARRIGA PARA BAIXO 4. SENTADO NOS SEUS JOELHOS
Esta é a melhor posição quando o bebé tem dificuldade para arrotar.
> Mantenha-o com as costas erguidas, a barriguinha contra o seu peito e a cabeça apoiada suavemente sobre o seu ombro.
Mude-o de posição se ainda lhe custa arrotar.
> Sente-o nos seus joelhos, ligeiramente inclinado para a frente, e apoie-o levemente na sua mão direita.
> Dê-lhe algumas palmadinhas muito suaves nas costas com a sua mão esquerda.
Outra posição que ajuda a soltar o ar.
> Deite-o de barriga para baixo em cima dos seus joelhos, com a cabeça apoiada sobre uma das suas coxas. Apoie a mão esquerda no seu rabinho e, com a direita, faça uma massagem firme nas costas através de movimentos muito lentos, suaves e regulares.
> Quando o bebé já cumpriu três meses, ou seja, quando consegue manter as costas erguidas sem esforço, pode sentá-lo nas suas pernas assim que acabar de comer, segurando-os por debaixo dos braços. Mantenha-o nesta posição durante um momento.
XPÓS-PARTOX
40 dias em 9 regras
Após o nascimento do bebé, durante algumas semanas pode sofrer ligeiros problemas: o seu corpo está a voltar ao normal gradualmente. As dúvidas e perguntas são muitas: oferecemos-lhe as respostas.
1. Os lóquios também surgem depois de uma cesariana?
Sim. São perdas de sangue cuja função é limpar o endométrio, o tecido que cobre as paredes internas do útero; ajudam a limpar este órgão e a recuperar o seu tamanho normal.
> Os lóquios duram entre três e seis semanas. Em geral, durante os primeiros três ou quatro dias, são vermelhos (sangue), depois tornam-se rosados (soro e sangue), e finalmente amarelados (serosos). Ao fim de umas semanas ficam densos e esbranquiçados.
> Nesta fase é importante cuidar bem da higiene íntima, lavando a zona uma ou duas vezes por dia com um produto com pH ácido (3,5 por exemplo). A lavagem deve ser feita da vulva em direção ao ânus, para evitar transmitir gérmes que poderiam provocar infeções, mais frequentes neste período, já que o canal cervical ainda não se encontra completamente fechado. Por esta mesma razão não devem ser utilizados tampões absorventes durante o primeiro mês. É mais conveniente usar pensos de gaze hipoalergénica e de algodão.
2. As hemorroidas desaparecem depois do parto? > O remédio mais eficaz é caminhar, pois o movimento favorece a circulação no plexo hemorroidal. Para aliviar o problema pode aplicar uma pomada à base de castanha-da-Índia, que fortalece o tónus venoso. 3. Pode ser mais difícil fazer xixi? > Para favorecer a diurese, é aconselhável beber uma grande quantidade de água. Também é importante tentar fazer xixi logo a seguir ao parto, de modo a que a bexiga se habitue de imediato a contrair-se. > Para tonificar o esfíncter vesical, podem ser feitos alguns exercícios específicos (mas não antes de 15 dias após o parto), que consistem em contrair os músculos do solo pélvico durante uns segundos e, depois, deixando-os relaxar. O exercício deve ser repetido várias vezes. Se o problema não se resolve nos três meses a seguir ao parto, deve pedir conselho ao ginecologista. 4. Voltarei a ter a minha barriga normal? > Se o bebé é grande, ou no caso de ter gémeos, os músculos retos abdominais poderiam sofrer um excessivo alongamento e custar mais a voltar ao normal. 5. Os espasmos notam-se mais com o segundo filho? > Os “espasmos” notam-se mais quando está a amamentar, já que a sucção estimula a produção de oxitocina, a hormona que provoca as contrações uterinas. Por conseguinte, a amamentação é o melhor remédio para que o útero volte mais rapidamente à normalidade. 6. É normal ter dores musculares e de costas? > Um remédio para evitar estes incómodos consiste em adotar a posição mais confortável possível quando dá de mamar ao bebé, apoiando a zona lombar e os braços em almofadas. 7. Quando posso voltar a ter relações sexuais? > É aconselhável que o ginecologista faça um exame de controlo, durante o qual irá tratar do tema dos métodos contracetivos, já que a mãe pode voltar a engravidar ainda que esteja a amamentar. 8. A obstrução mamária e as gretas são frequentes? > No entanto, se o peito não se esvaziar totalmente durante a toma, podem formar-se obstruções. Neste caso, a mãe sente dor ao levantar o braço, o peito fica duro e a sua pele avermelhada. A melhor forma de aliviar o incómodo é deixar que o bebé mame, para que o peito se esvazie completamente, e tendo atenção para que a boca do bebé abarque toda a aréola. > As gretas surgem quando o bebé agarra a mama de modo incorreto e, ao sugar, provoca lesões no mamilo. É necessário corrigir a sua posição durante a toma, pedindo conselho a uma parteira, assim como deixar o peito exposto ao ar o mais tempo possível, para que a pele seque. Para a higiene diária, só é preciso molhar o mamilo com umas gotas do próprio leite (que contém substâncias naturalmente desinfetantes) no fim de cada toma.
> Nem sempre desaparecem, ainda que tendam a retroceder. É aconselhável favorecer o funcionamento do intestino com uma alimentação rica em fibra e água.
Sim, mas é um problema temporário. Logo a seguir ao parto (principalmente se foi produzido por via vaginal) e durante o puerpério, a bexiga tem menos capacidade de contração e de deteção do seu limite, o que se deve ao stress sofrido pelos músculos pélvicos durante o nascimento, sobretudo na fase de expulsão. Por este motivo, o estímulo para urinar pode ver-se reduzido.
Habitualmente, sim, especialmente se o seu aumento de peso durante a gravidez foi moderado. Precisa de ter paciência, não tentar fortalecer os abdominais com flexões, e esperar pelo final da quarentena para retomar uma atividade física moderada.
Pode acontecer, pois as fibras uterinas ficam mais flexíveis e as contrações necessitam ser mais vigorosas para que o órgão volte ao seu tamanho habitual.
Sim, a tensão acumulada durante a dilatação e o parto, assim como a dificuldade em encontrar posições confortáveis para dar de mamar, podem causar dores de costas, ombros e extremidades.
> Normalmente pode voltar a ter relações sexuais no fim da quarentena. No entanto, se os lóquios terminaram e a ferida da possível episiotomia já cicatrizou, é possível voltar ao sexo uns dias antes.
Sentir o peito um pouco duro e dorido, especialmente nos primeiros dias, é natural. A produção de leite ainda precisa de se estabelecer e regular de acordo com as necessidades do bebé.
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OBRIGADO POR NOS LER
Receberá o próximo número
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